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Para Jorge Felix, professor do Centro Interdisciplinar de Assistência e Pesquisa em Envelhecimento (Ciape) e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), o Brasil, como Estado, ainda não tem a resposta para as indagações angustiantes que já são perseguidas por uma população a caminho da terceira idade e que planeja viver muito, ultrapassar os 80 anos, chegar aos 90. ;Pensar na segunda ou na terceira profissão aos 60 anos é tarde demais. É preciso começar planejá-la aos 40. Esse é um projeto que depende de tempo, educação, investimento financeiro;, afirma Felix. Especialista no envelhecimento populacional, ele criou em 2006 o termo economia da longevidade, e defende que se reinventar tem sido tarefa para uma minoria, embora seja uma exigência do capitalismo contemporâneo.
Nos últimos 20 anos, o grupo dos acima de 60 anos cresceu 70% entre a População Economicamente Ativa (PEA), que trabalha ou está em busca de uma ocupação). O percentual ultrapassa o aumento da população mais jovens (25 a 29 anos), que avançou 40% no mesmo período, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A renda da segunda ou da terceira profissão, que começa na terceira idade, é importante para garantir não só custos que se ampliam ; como gastos com medicação e plano de saúde ;, mas ajuda também a renda familiar, garantindo a independência dos mais velhos e o bem-estar como retorno da ocupação.