Jornal Correio Braziliense

Economia

Baixo crescimento e pressão inflacionária desafiam o Brasil, diz economista

O economista chefe para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, Augusto de la Torre revelou preocupação com o crescimento do país



O México terá aproximadamente 3% e mereceu uma consideração à parte pela onda de reformas, que atingem o setores bancário, da educação, de telecomunicações, de impostos e energia. Para o economista, essa onda de reformas aumentou o otimismo dos investidores e melhorou as perspectivas de crescimento do país, não só este ano.

De la Torre também apontou as situações que, para ele, representam riscos globais para a América Latina. Entre elas, estão a política monetária dos Estados Unidos e o futuro econômico da China. Para o economista do Banco Mundial, a China deverá crescer 7,5% ou menos, com impacto para o crescimento da América Latina e suas exportações.

No caso dos Estados Unidos, a retomada do crescimento e a política de redução das intervenções do Tesouro norte-americano tornarão a economia daquele país mais atrativa, com a retirada de recursos dos emergentes, por exemplo. De la Torre disse que, mesmo assim, o impacto da inversão nos fluxos de capital é menos significativo na América Latina e no Caribe, pois a região conta com novos recursos internacionais, mais estáveis.

;Os mercados financeiros estrangeiros têm volatilidade e certo grau de instabilidade. As razões são o preços da política monetária dos Estados Unidos, que vai continuar a ser normalizada. A outro é a expectativa do futuro da economia na China;, disse o economista.

De la Torre ressaltou, no entanto, que a região está mais preparada, principalmente a Colômbia, o Chile, o México, o Peru e o Brasil, que são os países que podem suportar melhor as pressões globais. Outra boa notícia, segundo ele, é que, antes de 2003, a América Latina era uma região que devia muito, mas passou agora a ser um importante credora. Houve ainda aumento da captação de investimentos estrangeiros diretos (IED) na região na última década, em detrimento do capital especulativo, mais volátil.