O Brasil deve crescer ainda menos em 2014 do que cresceu ano passado. Pelos cálculos do Banco Central (BC), o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deverá aumentar 2%, resultado inferior aos 2,3% obtidos em 2013
A instituição também divulgou projeção para a inflação. Para o Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar o ano em 6,1%, bem distante, portanto, do centro da meta de 4,5%. Será também o quinto ano consecutivo que os preços ficarão acima desse patamar.
A nova estimativa consta do Relatório Trimestral de Inflação, documento que traz análises e projeções para a economia brasileira e mundial. Mesmo a nova projeção do BC ainda está distante do que espera o mercado financeiro, que aposta numa expansão do Produto Interno Bruto de apenas 1,7% este ano. O número é ainda menor se levado em conta as projeções de bancos especializados, que apontam para um crescimento menor que 1,5%.
O Ministério da Fazenda, porém, segue apostando numa expansão maior, de 2,5%, conforme consta no mais recente relatório de programação orçamentária para 2014.
Parte da revisão para baixo do desempenho do PIB se deve à menor projeção para o consumo das famílias, que vinha sendo o principal motor do crescimento econômico nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff. Após registrar alta de 2,3% em 2013, o consumo das famílias deve desacelerar para 2%, a mesma projeção para o PIB. O BC disse que a estimativa se ampara ;no cenário de manutenção das baixas taxas de desemprego e de ganhos reais de salários moderados;.
O que não deve diminuir, no entanto, é o consumo do governo, que deverá crescer 2,1% este ano, portanto acima do PIB, e mais forte que o crescimento registrado em 2013, de 19%.
Ladeira abaixo
A maior surpresa do documento diz respeito aos investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Após crescerem 6,3% em 2013, os investimentos devem avançar apenas 1,0% este ano. ;Cabe notar que a perspectiva de desaceleração na FBCF em 2014 reflete, em parte, o carregamento estatístico do último trimestre de 2013;, explicou o BC.