O ministro da Fazenda, Guido Mantega, completa nesta quinta-feira (27/3) oito anos ininterruptos no cargo e se torna o titular da pasta que ficou mais tempo na função. Ele tomou posse no dia 27 de março de 2006, em substituição a Antonio Palocci que deixou o cargo após a denúncia de ser um dos interessados na quebra e divulgação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. O processo foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal, que alegou não ter encontrado indícios suficientes de violação de dados do caseiro.
A condição de titular da pasta que ficou mais tempo no cargo foi confirmada pelo Ministério da Fazenda. Mantega superou Pedro Malan em permanência no posto após a ditadura militar. Antes, na era Vargas, o gaúcho Arthur de Souza Costa é considerado o ministro que mais ficou no cargo, entre 24 de julho de 1934 e 29 de outubro de 1945.
Entre 1982 e 1987, foi professor de economia no curso de mestrado e doutorado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e vice-reitor adjunto da da instituição entre 1984 e 1987. Foi ainda diretor de orçamento e chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo, de 1989 a 1992, durante a administração de Luiza Erundina, e membro da coordenação do programa econômico do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições presidenciais de 1984, 1989 e 1998.
Assessor econômico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 1993 a 2002 e um dos coordenadores do programa econômico do PT na campanha de 2002, Mantega escreveu os livros Acumulação Monopolista e Crises no Brasil, Editora Paz e Terra, 1981; A Economia Política Brasileira, Vozes, 1984; Custo Brasil - Mito ou Realidade, Vozes, 1997; Conversas com Economistas Brasileiros 2, Editora 34, 1999, entre outros.
Mantega foi também ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão entre janeiro de 2003 e novembro de 2004 e presidiu o BNDES, cargo que exerceu até março de 2006, quando assumiu o Ministério da Fazenda.