Jornal Correio Braziliense

Economia

Serviços consumidos pela maioria da população ficam em média 20% mais caros

O preço das escolas particulares e planos de saúde são alguns exemplos do aumento, que supera de longe o custo de vida oficial

Todos os anos é a mesma coisa: os impostos, as contas de energia e água, as mensalidades escolares, o plano de saúde e os seguros são reajustados acima da inflação divulgada pelo governo. Quem mais sente no bolso essa distorção é a classe média, que não entende como a taxa oficial pode estar em torno de 6% anuais, quando os itens que mais pesam no orçamento familiar aumentam de 20% a 30% a cada novo exercício.



;O sucesso da classe média, que cresce de forma acelerada, criou um boom na procura por serviços, como educação e saúde, e o ajuste para atender essa demanda tem sido muito mais lento;, explica Barros. Para ele, o governo entende como classe média o cidadão com renda per capita acima de R$ 1,5 mil. ;É uma parcela de mais de 50% da população, que já tem condições de dar educação melhor para os filhos, cuidar melhor da saúde. A visão de que é apenas um bando de ávidos consumidores é muito míope. Queremos que sejam poupadores e investidores também;, ressalta.

Antes de economizar e investir, porém, a classe média precisa pagar as contas dos serviços que começou a utilizar. Um desafio cada vez mais difícil. Todos os anos, o servidor público Welinson Nunes Menezes, 34 anos, desdobra-se para garantir um bom estudo ao filho João Gabriel, 6. Para levar o menino à escola, contratou um transporte particular. O valor cobrado sobe a cada 12 meses. ;Isso reflete diretamente no meu orçamento, porque não é só o transporte escolar que fica mais caro. Em 2012, a mensalidade do serviço custava R$ 110. Neste ano, subiu para R$ 130, alta de quase 20%;, reclama.

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