O aperto na legislação não pôs fim à farra dos planos de saúde quando o assunto é desrespeito ao consumidor. Tanto que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu ontem a comercialização de 111 convênios de 47 operadoras, 31 delas reincidentes nos abusos. As Unimeds são as principais punidas. Outros 122 planos conseguiram reduzir os índices de reclamações e voltaram à ativa, incluindo a Geap Autogestão em Saúde, que poderá, agora, vender, integralmente, o superplano dos servidores negociado com o governo federal.
A associação de consumidores Proteste reforçou que os beneficiários que já têm contrato com os planos suspensos não podem ter o atendimento prejudicado. ;Aqueles que não conseguirem agendar o atendimento com os profissionais ou estabelecimentos de saúde credenciados pelos convênios, no prazo máximo previsto, devem entrar em contato com as operadoras para obter uma alternativa. E devem anotar o número de protocolo;, destacou o órgão. Se as empresas não resolverem as pendências, os prejudicados devem procurar a ANS com o número do protocolo em mãos.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), que representa 17 operadoras, questiona o sistema usado pela ANS para a suspensão dos planos e ;defende critérios de avaliação transparentes e a adoção de metodologias precisas de monitoramento do atendimento, que espelhem a realidade de cada operadora, reduzindo as incertezas no processo de apuração das reclamações;. Assinalou ainda que os prazos para marcação de consultas, exames e cirurgias no Brasil são uns dos ;mais restritivos do mundo;.
Assefaz punida
Ao mesmo tempo em que muitos dos servidores públicos do Executivo têm, agora, mais opções na hora de contratar um plano de saúde, com a liberação da Geap pela ANS, os funcionários do Ministério da Fazenda continuam com o convênio suspenso. A Fundação Assefaz segue na lista das empresas punidas pelo órgão regulador, prejudicando 39.212 beneficiários.