A Argentina registrou em janeiro uma inflação de 3,7%, segundo o novo Índice de Preços elaborado com assessoria do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que representa o maior aumento de preços mensal desde maio de 2002 (4%), informou nesta quinta-feira o ministro da Economia, Axel Kicillof. O resultado foi um pouco inferior à estimativa de 4,61% das consultorias privadas, divulgada na quarta-feira (13/2).
Esta é a primeira vez que a Argentina publica em suas estatísticas oficiais um número tão próximo das estimativas privadas desde a intervenção do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) promovida em 2007 pelo governo do ex-presidente Néstor Kirchner.
Essa intervenção do INDEC gerou o descrédito de suas estatísticas e uma inédita moção de censura pelo FMI em fevereiro de 2013, depois de várias advertências do organismo.
"Este novo índice representa uma mudança inédita na Argentina porque é qualitativa e quantitativa diferente do que vinha sendo elaborando e sua cobertura é nacional", disse o ministro em coletiva de imprensa na sede do Ministério ao formular o anúncio.
Em sua elaboração, contou "com a assessoria de especialistas da Espanha, Itália, Rússia entre outros países, além de especialistas do Fundo", disse Kicillof.
O ministro desacreditou os índices elaborados por consultorias privadas "com base em metodologias obscuras", e os qualificou de medições políticas.
Segundo as cifras oficiais, a inflação foi de 11% em 2013, enquanto estudos privados divulgados pela oposição no Congresso a apontaram em torno de 28%.
A Argentina assistiu uma forte escalada dos preços nos últimos meses, especialmente a partir de janeiro, quando o peso se desvalorizou 18% frente ao dólar.
A brusca queda do peso aconteceu depois que o Banco Central deixou a moeda local flutuar livremente, em um contexto de forte queda das reservas de divisas, fonte de financiamento da dívida, em um país que se afastou do mercado mundial de capitais.