Washington - A economia dos Estados Unidos cresceu mais que o previsto no quarto trimestre de 2013, 3,2% em projeção anual, apesar da crise orçamentária que paralisou o governo durante a primeira metade de outubro.
Segundo dados do Departamento de Comércio publicados nesta quinta-feira (30/1), o crescimento do PIB nos últimos três meses do ano foi menor que o terceiro trimestre (4,1%), mas se situou acima das previsões dos analistas (3%).
Os resultados confirmam que "o crescimento econômico finalmente passou de regular a bom" nos Estados Unidos e evidenciam que a aceleração do PIB "continuará em 2014", considerou Doug Handler, de IHS Global Insight.
O crescimento foi estimulado, entre outros fatores, por um aumento do gasto de 3,3%. Este crescimento do gasto, principal motor da economia norte-americana, é o mais forte em três anos, e se encontra muito acima do aumento de 2% no trimestre anterior.
O quarto trimestre foi marcado pela crise orçamentária que provocou o fechamento dos serviços públicos não essenciais durante a primeira quinzena de outubro, por falta de um acordo entre democratas e republicanos.
Em seu relatório, o Departamento disse que os efeitos totais do chamado ;fechamento; do governo federal "não puderam ser quantificados".
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Contudo, considerou que a redução das horas de trabalho dos funcionários públicos - que durante essas semanas tiveram férias forçadas - se traduziu em um corte de 0,3 ponto percentual do crescimento total.
Os investimentos das empresas aumentaram 3,8% durante o último trimestre do ano, um pouco menos que no terceiro trimestre (%2b4,8%), apesar das exportações, pelo contrário, cresceram 11,4% contra uma alta de 3,9% no trimestre anterior.
Previsão de crescimento em 2014
O principal conselheiro econômico de Obama, Jason Furman, destacou que o setor privado protagonizou seu ano de maior crescimento desde 2003.
"O crescimento econômico foi sólido no quarto trimestre, um teste da resistência dos negócios e das famílias norte-americanas", disse Furman. No total de 2013, o PIB dos Estados Unidos subiu 1,9% segundo o Departamento de Comércio, contra 2,8% de 2012, devido ao fraco desempenho na primeira metade do ano.
Para Scott Hoyt, da Moody;s Analytics, estão dadas as condições para um maior crescimento em 2014, entre outras razões pela melhora do mercado imobiliário, uma redução da dívida das famílias e a forte liquidez no mercado de câmbio.
"O principal ingrediente que faltou para um crescimento mais forte foi a confiança. O pesadelo da Grande Depressão pesa na psique coletiva, e as políticas arriscadas e a incerteza foram difíceis de superar", opinou Hoyt.
Para 2014, os economistas preveem um crescimento do PIB de entre 2,5% e 3,3%.
Os dados do crescimento são conhecidos um dia depois de o Federal Reserve decidir continuar com a redução progressiva dos estímulos à economia, afirmando que o crescimento dos Estados Unidos se "acelerou".
A partir de fevereiro, o banco central reduzirá em 10 bilhões de dólares mensais (a 65 bilhões) seu programa de recompra de ativos, destinado a sustentar a recuperação do país. A segunda estimativa do crescimento no último trimestre de 2013 será publicada dia 28 de fevereiro.