Jornal Correio Braziliense

Economia

Líderes de empresas tecnológicas alertam em Davos sobre espionagem em massa

Os diretores reunidos nos Alpes suíços para o Fórum Econômico Mundial disseram que as demandas de segurança dos governos supõem um risco para os negócios

Davos - Diretores de grandes empresas tecnológicas reunidos em Davos pediram nesta quarta-feira (22/1) às autoridades uma mudança ambiciosa em suas políticas de espionagem, após o escândalo das escutas em massa da Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana. Os diretores reunidos nos Alpes suíços para o Fórum Econômico Mundial disseram que as demandas de segurança dos governos supõem um risco para os negócios.



[SAIBAMAIS]Randall Stephenson, presidente do grupo americano de telecomunicações AT, lembrou que o debate começou após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, quando a segurança se transformou em uma exigência absoluta. Contudo, segundo ele, agora é necessário "um equilíbrio".

"Acredito que o cliente tem muito a dizer quanto ao lado para o qual esta balança se inclina", declarou. Patterson disse que não acredita ser possível respeitar a privacidade 100%, já que é necessário um mínimo de vigilância para combater a criminalidade. Segundo Mayer, as autoridades dos Estados Unidos já dão alguma informação à Yahoo! sobre o destino dos dados que coletam, mas é necessário que essa política se amplie à poderosa NSC.

O diretor da Cisco pediu normas "com as quais todo o mundo possa viver, em especial em países aliados", referindo-se de forma velada às alegações de que os Estados Unidos espionaram as comunicações de líderes aliados como a chanceler alemã, Angela Merkel, ou a presidente brasileira, Dilma Rousseff. Em outro debate no Fórum Econômico Mundial, o secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty, denunciou "um falso debate sobre segurança e proteção dos cidadãos".

"Não se pode ter uma vigilância em massa, é simplesmente uma violação da legislação internacional", considerou. Na mesma linha, o senador democrata por Vermont Patrick J. Leahy disse que "a coleta em massa de dados de telefones celulares tem que parar".