As redes sociais foram tomadas na terça-feira (21/1) por uma polêmica envolvendo dados sobre a inadimplência do consumidor mencionados pela empresária Luiza Trajano, dona das lojas Magazine Luiza, durante o programa Manhattan Connection, da Globo News, no domingo (19/1). O jornalista Diogo Mainardi questionou, no programa, o otimismo de Luiza sobre o desempenho do comércio varejista brasileiro, afirmando que as prestações em atraso vêm crescendo. Luiza rebateu, dizendo que ;nunca tivemos, no Brasil, um índice de inadimplência tão bom quanto em 2013;.
Ontem, a empresária cumpriu a promessa e encaminhou a Diogo Mainardi o levantamento do IDV. O estudo aponta melhora no seto e mostra que o nível de inadimplência das pessoas físicas fechou o mês de novembro do ano passado em 4,5%, com queda de 1,2 ponto percentual em relação ao mesmo mês de 2012, quando o índice era de 5,7%.
Os dados mais utilizados nas pesquisas setoriais, contudo, são do Banco Central (BC), mais abrangentes. Segundo a autoridade monetária, o índice de inadimplência de pessoa física está em queda desde dezembro de 2012, quando chegou a 8%. De lá para cá, veio diminuindo até atingir 6,7% em novembro de 2013, último dado disponível.
Para o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fábio Bentes, a pesquisa mais confiável é a do BC. ;A CNC usa o levantamento da autoridade monetária porque é a variável que acompanha mais de perto os meios de pagamento no varejo. As compras são feitas por cartão ou com cheque. Mesmo as empresas que ainda usam o carnê têm um banco por trás das operações;, justificou.
Segundo Bentes, os dados do BC funcionam como um censo, enquanto os do IDV avaliam apenas o desempenho dos pagamentos no varejo. Os números da Serasa também não têm a mesma amplitude. ;Apesar de Luiza estar certa com relação à queda na inadimplência, o otimismo do varejo não é tão grande. O setor cresceu uma média de 7,9% ao ano de 2004 a 2012. Em 2013, deve chegar apenas a 4,5% e para 2014 nossa expectativa é de um crescimento entre 6% e 6,5%;, projetou o economista da CNC.