A administração do Canal do Panamá revelou nesta quarta-feira que o consórcio encarregado da ampliação da via pediu 1 bilhão de dólares de adiantamento para terminar as obras, antes de ameaçar suspendê-las, e alertou que não aceitará quantias exageradas.
"Nós não podemos aceitar essas ameaças. Não vejo como justificar 1 bilhão", disse o administrador da via interoceânica, Jorge Quijano, ao explicar a crise na comissão para Assuntos do Canal do Congresso.
O Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), liderado pela empresa espanhola Sacyr, alertou a Autoridade do Canal (ACP), em uma carta de 30 de dezembro, que suspenderia a ampliação da via se, antes de 20 de janeiro, não fosse atendida sua reivindicação do pagamento de sobrecustos, calculado em 1,6 bilhão de dólares.
[SAIBAMAIS]Segundo a ACP, os contratistas receberam 62% dos 3,2 bilhões do terceiro jogo de eclusas que o GUPC constrói, incluindo 180 milhões por reivindicações sobre aumentos nos custos de materiais e mão de obra.
"O Canal já pagou 180 milhões adicionais. Não podemos aceitar quantias exageradas do GUPC, porque nós estamos aqui para defender o dinheiro do povo panamenho", disse Quijano à imprensa, ao comparecer no parlamento acompanhado do ministro para Assuntos do Canal, Roberto Roy.