O presidente da entidade, Robson Andrade, explicou que a queda no ritmo de crescimento do PIB será resultado da desaceleração dos investimentos (formação bruta de capital fixo), que devem ter expansão de apenas 5% no próximo ano, frente aos 7,1% previstos para 2013. O aumento dos juros será responsável tanto pela redução nos investimentos, quanto pela queda no consumo das famílias, que deverá crescer somente 1,7% em 2014, portanto menos do que os 2,1% estimados para 2013.
"A falta de confiança dos empresários e o fim da contribuição dos investimentos em equipamentos de transportes, que marcou 2013, também vão influenciar a retração no investimento no próximo ano", ressaltou o gerente executivo da CNI, Flavio Castelo Branco. A entidade projeta que a inflação vai bater no teto da meta estipulada pelo Banco Central, de 6%, maior do que os 5,7% verificados em 2013, e que os juros devem manter a trajetória de alta em 2014.
Robson Andrade destacou que a deterioração das contas públicas, com o agravamento dos deficits nominal e de conta corrente, tiveram peso na as previsões modestas para a economia. "O cenário da indústria é relativamente melhor. O crescimento geral previsto é de 1,4%, mas o setor de transformação está se recuperando e terá expansão de 2,3% este ano", disse, acrescentando que o ambiente de negócios é marcado pelos gargalos de infraestrutura, pela falta de competitividade e por aspectos conjunturais, como o aperto monetário e a pressão inflacionária.
O presidente da CNI ressaltou ainda que o saldo da balança comercial é o menor desde 2000. Neste ano, as exportações vão superar as importações em apenas US$ 700 milhões. Em 2012, o superavit comercial foi de US$ 19 bilhões e, no ano anterior, de US$ 29,8 bilhões. "Por conta disso, o país, que não precisava de financiamento externo até o início de 2013, agora necessita de 1,03% em relação ao PIB", afirmou. Para 2014, a entidade projeta um saldo comercial de US$ 9 bilhões.
Projeções da CNI