Dublin - A Irlanda, que se transformou neste domingo no primeiro país da zona do euro sob assistência financeira internacional a conseguir sair do resgate, "jamais retornará à cultura de especulação e avidez", afirmou o primeiro-ministro, Enda Kenny.
"A Irlanda sai do plano de resgate UE-FMI esta noite", anunciou neste domingo o chefe de governo em uma declaração televisiva e acrescentou que o governo apresentará esta semana um programa econômico de sete anos para "garantir que nunca mais a estabilidade da Irlanda seja ameaçada pela especulação e pela avidez".
O país europeu recuperou sua plena soberania depois de ter sido obrigado a aceitar um resgate internacional de 85 bilhões de euros em 2010, quando a explosão de uma bolha imobiliária ameaçava quebrar todo seu sistema bancário.
Esta "é uma etapa importante", mas "nossas vidas não vão mudar da noite para o dia", alertou o primeiro-ministro.
Enda Kenny agradeceu também pelos "sacrifícios" feitos pela população que sofreu as consequências de drásticas medidas de austeridade.
A troika de credores - Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - impôs ao país uma série de aumentos de impostos, vendas de ativos públicos e outras dolorosas reformas estruturais.
A saída da Irlanda do plano de ajuda constitui um exemplo para os outros três Estados europeus sob assistência: Chipre, Grécia e Portugal.