A população latino-americana em situação de pobreza atinge 164 milhões de pessoas neste ano, equivalentes a 27,9% do total. Deste, 68 milhões, ou 11,5% dos habitantes da região, estão na extrema pobreza, de acordo com projeções divulgadas nesta quinta-feira (5/12) no Segundo Panorama Social 2013 da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Apresentado pela secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, em Santiago, no Chile, e transmitido ao vivo pela internet, o relatório mostra que de 2002 a 2012 a pobreza na região diminuiu 15,7 pontos percentuais (de 43,9% para 28,2%) e a indigência baixou 8 pontos percentuais (de 19,3% para 11,3%). Processo verificado principalmente na segunda metade da década passada.
Segundo Alicia Bárcena, ainda que tenha sido registrada queda nas taxas de pobreza (1,4%) e de indigência (0,3%) em 2012, comparado a 2011, ;moderou-se o ritmo com que essas taxas vinham se reduzindo há uma década;. Em termos absolutos, a pobreza de 2012 se mantém estável em 2013. Em contrapartida, os 66 milhões de indigentes no ano passado, aumentaram para 68 milhões, disse ela.
Em relação ao Brasil, especificamente, as ações de distribuição de renda, geração de trabalho e apoio assistencial, reduziram pela metade os índices de pobreza e indigência em sete anos, de acordo com o secretário adjunto da Cepal, o brasileiro Antonio Prado. Os 36,4% de pobreza em 2005 foram reduzidos a 20,9% em 2011 e a 18,6% em 2012, enquanto a pobreza extrema caiu de 10,7% para 6,1% e 5,4%, respectivamente. Significa dizer que 48 milhões de brasileiros, ou 24% da população, permanecem nestas duas faixas sociais.
Os números da Cepal mostram queda vertiginosa da pobreza e da indigência na Argentina, de 2005 para 2012: a pobreza diminuiu de 30,6% para 4,3% e a indigência de 11,9% para 1,7%. Com isso, só 6% dos argentinos passam necessidades. Houve reduções acentuadas também no Uruguai, onde a pobreza cedeu de 18,8% para 5,9% e a indigência passou de 4,1% para 1,1%. Restam, portanto, 7% de uruguaios carentes das ações governamentais.
A situação melhorou muito também no Peru, que conseguiu reduzir de 73,9% para 31,8% a população carente, na Venezuela (de 53% para 33,6%) e no Equador (de 69,5% para 45,1%). A Cepal registra aumento da população carente no México, que passou de 40,4% para 51,3%, e alguns países não dispõem de números atualizados, principalmente nos países da América Central, onde Costa Rica se sobressai com 25,1% de pobres e indigentes. El Salvador, Honduras, Guatemala, Nicarágua e Panamá têm níveis de pobreza bem mais altos.