A ingerência do governo nos preços da Petrobras nos últimos anos arrastou a maior empresa do país para um dos seus piores quadros financeiros em seus 60 anos de atividade. Com ou sem a adoção de uma nova fórmula de reajustes automáticos dos combustíveis, proposta pela diretoria executiva da companhia a fim de dar previsibilidade ao caixa, a estatal terá de encarar duros desafios em 2014, com receitas represadas e grandes obrigações de investimentos.
No terceiro trimestre, o índice de endividamento da companhia em relação a seu patrimônio líquido atingiu 36%, estourando o limite de 35% fixado pelo próprio comando da empresa como aceitável. A situação gerada pelas perdas médias anuais de R$ 8 bilhões com a defasagem entre os preços da gasolina e do diesel vendidos pela petroleira no mercado interno em comparação com os que ela paga pelos volumes importados zerou a capitalização histórica de R$ 120 bilhões realizada em setembro de 2010.
De olho nessa deterioração, as agências de classificação de risco ameaçam rebaixar a nota da Petrobras. ;A perspectiva é claramente insustentável. Com uma dívida líquida beirando US$ 90 bilhões, quase o seu valor de mercado, a empresa tem um plano de investimentos agressivos de US$ 236 bilhões para os próximos cinco anos, enquanto compra insumos caros no exterior para vender barato no mercado doméstico;, resumiu Rafael Campos, sócio da gestora de capitais Mint.
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