São Paulo ; As atividades econômicas subterrâneas ; praticadas pelos setores informais e ilegais ; somaram, ao menos, R$ 760 bilhões em 2013. O resultado representa redução de 0,8 ponto porcentual em relação ao ano anterior. O desempenho da economia subterrânea, divulgado nesta terça-feira (26/11), foi medido por estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em parceria com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). Estão incluídos nesse total desde o trabalho dos vendedores ambulantes até práticas criminosas, como o tráfico de drogas.
O pesquisador da FGV/IBRE, Fernando de Holanda Barbosa Filho, destaca a influência do nível de escolaridade do brasileiro e a queda demográfica na diminuição da informalidade. ;Entre 2001 e 2011 houve acréscimo de 22 milhões de pessoas com educação formal. Fatores como o cada vez menor crescimento demográfico, com a consequente redução de gente no mercado de trabalho, influenciam a queda do desemprego e uma taxa de desemprego baixa favorece a redução da informalidade;, disse.
O pesquisador ressalva, porém, que aceleração da queda da informalidade pode ter raízes em outros fatores pontuais, como é o caso da desoneração da folha de pagamento em alguns setores da economia. Em 2012, a renúncia fiscal no país foi da ordem de R$ 4 bilhões. Para 2013, estima-se que chegue a R$ 18 bilhões. Para 2014, a perspectiva é R$ 34 bilhões.
;A desoneração da folha, teoricamente, deve ter impacto na informalidade, mas não há como afirmar ou fazer uma análise do impacto direto da medida na informalidade, ainda;, disse.
Segundo os autores do estudo, a informalidade traz prejuízos diretos para a sociedade, cria ambiente de transgressão, estimula o comportamento econômico oportunista, com queda na qualidade do investimento e redução do potencial de crescimento da economia brasileira. Além disso, provoca a redução de recursos governamentais destinados a programas sociais e a investimentos em infraestrutura.