Jornal Correio Braziliense

Economia

Tesouro Nacional paga caro por descontrole fiscal nas despesas públicas

Investidores exigem taxas elevadas para comprar títulos públicos. Órgão tem de oferecer ganho superior a 6% ao ano, além da inflação, para vender papéis de longo prazo

O Tesouro Nacional está pagando cada vez mais caro para financiar as despesas públicas. Diante das incertezas nas políticas fiscal e monetária, do baixo nível de crescimento e da resistência da inflação, investidores têm pedido prêmios de riscos pesados na compra de títulos públicos. Na terça-feira (12/11), em um leilão de NTN-B ; papéis de longo prazo cujo rendimento é composto pela inflação mais um percentual prefixado de juros ;, as taxas aumentaram novamente. Em todas as operações, inclusive nos bônus com vencimento em 2050, os investidores exigiram ganho real (acima do IPCA) superior a 6% ao ano.

;A manutenção da inflação na faixa de 6% nos últimos três anos deixou muitas dúvidas em relação ao futuro e encareceu a dívida pública;, ponderou Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners. ;Ninguém no mercado, hoje, carregaria um título com uma expectativa de ganho real abaixo desse percentual. O risco de perder dinheiro é enorme;, afirmou.



A equipe econômica, segundo especialistas, está pagando a fatura gerada pelos próprios erros. A fragilidade que se instalou nas contas públicas, principalmente depois de o governo desistir de formar uma poupança consistente para o pagamento de juros da dívida, piorou a visão do mundo sobre o Brasil. O país está ameaçado de perder posições em um ranking, feito por agências de avaliação de risco, que classifica as economias como seguras ou não para investimentos. A nota brasileira pode ser rebaixada já no próximo ano.

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