Pequim - Uma reunião dos líderes do Partido Comunista chinês (PCC), classificada de histórica pelos meios de comunicação estatais, começou neste sábado em Pequim com o objetivo de fixar o rumo de uma série de reformas econômicas. A reunião a portas fechadas dos 376 membros do Comitê central do partido, a terceira deste tipo desde a transição, há um ano, na direção do regime, começou e durará até terça-feira, indicou a agência de notícias Xinhua.
Os funcionários de alto escalão do país deliberarão "sobre importantes questões relativas ao aprofundamento geral das reformas", acrescentou. O discreto hotel de Pequim onde normalmente acontecem estes encontros estava cercado neste sábado de muitos membros das forças de segurança, tanto uniformizados quanto à paisana, segundo um fotógrafo da AFP.
[SAIBAMAIS]Uma longa fila de carros com os vidros escuros entrou no edifício, enquanto a polícia controlava o acesso dos automóveis à rua que conduz ao hotel. "As esperanças são grandes sobre (...) esta reunião histórica", escreveu neste sábado em sua primeira página o Global Times, um jornal oficial. O Diário do Povo, órgão do PCC, falava de um "novo ponto de partida histórico para a China".
As duas primeiras sessões plenárias serviram para nomear os líderes do Partido e do Estado e a terceira terá por objetivo fixar as linhas gerais políticas e econômicas.
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A reunião de novembro "dará as linhas gerais das reformas que determinarão a competitividade da China para a próxima década", insistiu o Global Times em um editorial.
Segundo este jornal, as reformas devem estar orientadas a abrir à concorrência setores fortemente controlados por grupos públicos, desde as ferrovias até o transporte aéreo, passando pelas finanças, pela energia e pelas telecomunicações.
O presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Keqiang, em funções desde março, mostraram em diversas ocasiões sua vontade de reequilibrar o crescimento da segunda economia mundial para torná-la menos dependente das exportações e dos investimentos em infraestruturas.
Por sua vez, os meios de comunicação estatais insistiram nesta semana em uma possível reforma dos direitos sobre as terras agrárias ou do sistema de hukou (visto de residência), que restringe o acesso aos serviços públicos dos habitantes de zonas rurais que migraram em direção às cidades sem autorização.
No entanto, os analistas esperam "um mapa do caminho" muito geral de reformas, consideram que os detalhes e o calendário precisos serão revelados posteriormente e que sua implementação será muito progressiva.