Jornal Correio Braziliense

Economia

Confiança dos empresários do comércio mostra queda menos intensa em outubro

Após cair 4,2% e 2,6% em agosto e setembro, respectivamente, o Icec de outubro teve queda de 2%, em relação ao mesmo mês do ano passado

Rio de Janeiro - O Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec), divulgado nesta terça-feira (5/11) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou queda menos intensa em outubro. Após cair 4,2% e 2,6% em agosto e setembro, respectivamente, o Icec de outubro teve queda de 2%, em relação ao mesmo mês do ano passado. Já em comparação a setembro, o índice cresceu 2,9%.

O economista Fabio Bentes, da CNC, comentou que o ritmo de queda do indicador vem perdendo força nos últimos dois meses. ;A gente pode atribuir isso a fatores sazonais, porque o segundo semestre sempre é melhor que o primeiro;.

Ele acredita que poderá ocorrer alguma melhoria na confiança dos empresários nos próximos meses. ;A principal razão para isso é que as vendas no varejo estão mostrando uma boa recuperação neste segundo semestre.;

O economista da CNC destacou que, enquanto nos seis primeiros meses do ano as vendas foram muito fracas, com crescimento do varejo de 3%, no segundo semestre está havendo uma recuperação média de 6% nas vendas. ;A confiança é muito sensível ao comportamento das vendas no varejo. A situação melhorou um pouquinho e eu aposto que, nos próximos meses, há chance de voltar a ter taxas positivas na confiança [do empresariado].;

De acordo com a pesquisa, feita com 6 mil empresas localizadas em todas as capitais brasileiras, 86,4% dos entrevistados acreditam que a economia irá melhorar nos próximos meses, enquanto 90,5% esperam um cenário mais favorável para o comércio e 93,5% confiam que haverá melhoria no ambiente empresarial.

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[SAIBAMAIS]Fabio Bentes analisou que os empresários continuam muito otimistas em relação aos próximos meses. ;Até porque, em relação ao que foi o primeiro semestre, com decepção em termos de crescimento econômico e de velocidade das vendas no varejo, eles apostam que são situações que dificilmente vão se repetir no segundo semestre. Então, pode ser que a gente ache um indicador melhor nos próximos meses;. Segundo o economista, o que se vê é que, pelo menos na margem, ;a situação está parando de piorar;.

De acordo com a CNC, o percentual de empresários dispostos a fazer novas contratações até o final do ano subiu 3,3% em outubro, em relação a setembro, e 1,3% na comparação com igual mês de 2012.

Para as vendas no varejo, a confederação estima que deverão encerrar o ano com aumento em torno de 4,5%, ;o nível mais baixo desde 2003;. No segundo semestre, a expansão estimada alcança 6%, na comparação com o mesmo período do ano passado. ;O varejo dificilmente escapa de fechar o ano com alguma taxa de crescimento bem abaixo da dos últimos anos;.

Para 2014, Fabio Bentes demonstrou preocupação com uma eventual volta da inflação dos alimentos. A expectativa é que o comércio cresça no próximo ano entre 5,5% e 6%. Alguns fatores têm dificultado o desempenho do setor, acrescentou, como o crédito mais caro e a elevada taxa de juros ao consumidor. ;A gente espera que o mercado de trabalho não piore, que ele fique, pelo menos, em uma situação parecida com a deste ano, com taxa de desemprego baixa;. Para ele, 2014 deverá ser melhor do que 2013.