Simone Kafruni
postado em 29/10/2013 06:03
Responsável por 40% do superavit da balança comercial brasileira, e com participação de 41% na produção agrícola nacional, o Centro-Oeste não colhe os frutos de contribuir, há anos, para o crescimento do país. Pelo contrário, a infraestrutura da região é uma das piores do Brasil. Com estradas e ferrovias em condições deploráveis, o setor produtivo gasta R$ 31,6 bilhões por ano com o transporte de cargas, o equivalente a 8,7% do valor da produção local. Até 2020, esse montante praticamente dobrará, alcançando R$ 60,9 bilhões. Essa despesa poderá ser R$ 7,2 bilhões menor, no entanto, se a logística for adequada.A despeito das dificuldades extremas em escoar a produção, o Produto Interno Bruto (PIB) regional quase triplicou entre 2002 e 2010, passando de R$ 129,6 bilhões para R$ 350,5 bilhões. A expansão de 170% na economia só não foi maior do que a registrada no Norte (190%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). ;O governo investe muito pouco no Centro-Oeste. Não tem nem sequer propostas para ampliar a competitividade da região que mais contribui para o superavit comercial do país;, lamenta o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan.
;Os gargalos logísticos estão num ponto em que estamos perdendo contratos. A China cancelou uma importação de 2 milhões de toneladas de soja por conta do estrangulamento dos portos do Sul e do Sudeste para escoar a produção. Os produtores do Centro-Oeste tiverem prejuízo de
R$ 20 por saca, porque quase 90% das cargas da região são exportadas por lá;, revelou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira.
Escoamento
Já que o poder público não se mexe, o setor produtivo decidiu tomar a frente. Estudo da Macrologística, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que será divulgado hoje, em Brasília, aponta que o Centro-Oeste precisa de R$ 36,4 bilhões em investimentos em infraestrutura até 2020. É o maior valor entre as diversas regiões do país, sem contar o Sudeste, cujo estudo ainda não está pronto, mas que já tem rede logística mais desenvolvida do Brasil. O montante é mais que o dobro das necessidades de R$ 15,2 bilhões identificadas na região Sul. O Nordeste carece de R$ 25,8 bilhões e o Norte, de R$ 13,57 bilhões.
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