Jornal Correio Braziliense

Economia

FMI: Brasil deve abrir passagem aos investimentos e aumentar produtividade

Recentemente o Brasil iniciou um programa de licitações para construção e concessão de estradas e leiloou a exploração do gigantesco campo de petróleo de Libra

O FMI cumprimentou nesta quarta-feira (23/10) o Brasil pelo manejo de sua economia, mas recomendou a promoção dos investimentos e melhorias na competitividade para estimular o crescimento econômico, enquanto mantém a inflação sob controle.

"Para obter um crescimento acima de 3,5%, o Brasil deve abrir passagem aos investimentos, em particular em infraestrutura e aumentar a produtividade", considerou o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório anual que realiza de todos os países membros, conhecido como artigo IV.

Recentemente o Brasil iniciou um programa de licitações para construção e concessão de estradas e leiloou a exploração do gigantesco campo de petróleo de Libra.

"Os esforços para aumentar a produtividade, a competitividade e os investimentos são fundamentais para elevar o potencial de crescimento", acrescentou o FMI.

A maior economia da América Latina espera crescer este ano 2,5%, depois de registrar 0,9% em 2012.Segundo o FMI, tanto as turbulências econômicas globais como certa incerteza em relação a políticas econômicas e restrições na oferta doméstica (o que obriga a aumentar as importações) poderiam frear o crescimento no curto prazo.



Embora tenha considerado que o sistema bancário do Brasil é sólido, detectou que pode haver "alguns riscos, especialmente os relacionados com crédito às famílias e os empréstimos hipotecários, que merecem vigilância contínua".

De acordo com dados de setembro de 2013 do Banco Central, 45,1% do orçamento do brasileiro é utilizado para o pagamento de juros e parcelas de dívidas contraídas com os bancos.

O FMI também se mostrou favorável aos aumentos da taxa básica de juros aplicados pelo Banco Central para manter a inflação sob controle.

Uma alta taxa de juros encarece o crédito, o que costuma desacelerar os pedidos de empréstimos e pode atenuar a preocupação do FMI sobre a dívida das famílias.