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Economia

Desemprego cai nos EUA, mas panorama do mercado de trabalho ainda é fraco

Para muitos analistas, este panorama torna difícil uma mudança de política monetária por parte do Federal Reserve (

Washington - A taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu em setembro, mas a criação líquida de postos de trabalho continua abaixo do que o mercado espera, uma situação alimentada pela paralisia dos serviços públicos nas últimas duas semanas.

Para muitos analistas, este panorama torna difícil uma mudança de política monetária por parte do Federal Reserve (Fed, banco central).

Com relação a agosto, a taxa de desemprego caiu 0,1 ponto percentual a 7,2%, seu nível mais baixo em quase cinco anos e o número de desempregados caiu a menos de 11,3 milhões, segundo dados do Departamento de Trabalho publicados nesta terça-feira.

Estas cifras, que surpreenderam os analistas, representam uma melhoria em relação aos 7,6% de desemprego de junho e, sobretudo, com relação ao pico de 10% alcançado em outubro de 2009 em plena crise econômica e financeira. Contudo, nem tudo são flores. Em setembro, a economia norte-americana criou 148.000 empregos líquidos, uma queda de 23% em relação à cifra do mês anterior.

O setor de serviços se mostrou sólido, em particular saúde e educação, mas isso não foi suficiente para se aproximar dos 185.000 postos criados em média nos últimos doze meses. A proporção dos norte-americanos que têm um emprego (58,6%) continua próxima de seus níveis mais baixos em 30 anos e o número de trabalhadores que são obrigados a trabalhar em tempo parcial aumentou em setembro e superou os 7,9 milhões. "O relatório de setembro mostra alguns avanços em matéria de emprego, mas não é fantástico", resumiu Jason Schenker, da Prestige Economics.

Chris Williamson, economista chefe da Markit, se mostra mais otimista. "Apesar da queda" em relação ao mês anterior "a alta (no número de postos de trabalho) de setembro demonstra um avanço contínuo da criação de emprego há três anos", destacou.

Em setembro, o mercado de emprego enfrentou uma dificuldade adicional: o impasse político que levou ao fechamento parcial dos serviços públicos nos Estados Unidos durante 15 dias.


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Somou-se a isso a ameaça de default da primeira economia do mundo até a semana passada, que, "sem dúvida, afetou o ânimo das empresas e prejudicou as contratações", disse Sal Guatieri, da BMO Capital Markets.

Pessimismo para outubro

A Casa Branca considerou nesta terça-feira que os danos que os Estados Unidos tiveram durante as últimas semanas "aumentaram a incerteza" e "frearam as contratações".

"Dados mais recentes sugerem uma deterioração do mercado de trabalho em outubro", destacou o governo em um comunicado. As cifras de outubro "poderiam ser muito menos positivas", destacou Jason Schenker.

Os cortes orçamentários em massa que ameaçam se prolongar nos Estados Unidos em 2014 poderiam reduzir a capacidade do setor público de apoiar os empregos, em um momento em que 82% dos postos são criados pelo setor privado. "A paralisia orçamentária é uma nova fonte de preocupações para um Fed (banco central) já perplexo (...). Seria uma surpresa ver uma mínima mudança este ano", previu Chris Williamson.

Jim O;Sullivan, da High Frequency Economics, também revisou seu calendário: esperava até agora uma queda das injeções de liquidez em dezembro, mas não prevê mudanças "antes de março" pela situação "díspar" do mercado de trabalho.