O Banco Central (BC) deu ontem um sinal claro de que, em novembro, quando ocorrerá a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), enterrará uma das maiores bandeiras do governo Dilma Rousseff: taxa básica de juros (Selic) abaixo de 10% ao ano. No entender dos especialistas, o BC disse mais do que isso, na ata em que justificou os motivos que o levaram a elevar a Selic de 9% para 9,5%, na semana passada. Sinalizou que está disposto a continuar aumentando os juros ao longo de 2014, independentemente de a campanha eleitoral já estar nas ruas. As projeções dos analistas apontam para 11%, número que causa arrepios ao Palácio do Planalto.
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Ao engrossar o tom para tentar esvaziar as críticas de que foi cooptado pelos interesses políticos, o BC usou a palavra inflação 40 vezes no documento para reforçar a sua preocupação com a alta do custo de vida. Na ata de agosto, foram 34 as menções. Os alertas foram enfáticos. Apesar da queda do dólar e dos reajustes menores de preços nos últimos três meses, os índices continuam em níveis elevados e podem afetar decisões de consumo e investimento. ;Taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências (de rendas, como o Bolsa Família), com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias;, assinalou. ;Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários;, acrescentou.
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