Jornal Correio Braziliense

Economia

Congressistas acreditam em um acordo para evitar o default nos EUA

A situação nos Estados Unidos gera preocupação nos mercados e no mundo todo. Na segunda-feira, os mercados aderiram ao otimismo transmitido pelos legisladores

Washington - Legisladores americanos indicaram que um acordo sobre o orçamento e para elevar o teto da dívida poderá surgir nesta terça-feira (15/10), a dois dias do prazo que marca a entrada do país no default. O chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid, e o da minoria republicana, Mitch McConnell, evocaram na véspera a possibilidade de uma rápida solução para o conflito que paralisa o Estado federal há duas semanas e para o aumento do limite legal de endividamento.

[SAIBAMAIS]"Fizemos avanços fenomenais, ainda não chegamos a um acordo, mas os avanços são fenomenais", declarou Reid, ao concluir um nova rodada de negociações. "Apenas sejam pacientes", afirmou ainda, acrescentando que espera que esta terça-feira "será um grande dia". Os comentários de Reid e McConnell são o sinal mais potencial emitido até o momento de que democratas e republicanos, ao menos no Senado, querem por fim à crise.



E certamente o esforço dos dois líderes de bancada é a última oportunidade para evitar uma interrupção de pagamentos, apesar de o êxito ainda não estar assegurado. O Senado, controlado pelos democratas, e a Câmara de Representantes, com maioria republicana, deverão adotar um texto idêntico para que possa entrar em vigor. O plano de Reid e McConnell será apresentado nesta terça-feira a um grupo de senadores republicanos. Segundo um deles, Bob Corker, ao longo do dia serão conhecidos os detalhes do acordo.

O otimismo era compartilhado pela Casa Branca, mas ainda é preciso superar as resistências de legisladores republicanos, principalmente na Câmara de Representantes, onde o Tea Party, a ala mais radical do partido, se mantém até o momento avesso a qualquer concessão. Segundo versões da imprensa, o acordo incluiria uma medida que permitiria ao Tesouro continuar solicitando créditos até fevereiro e ao Estado federal reabrir por completo até meados de janeiro, em troca de diversas concessões dos democratas sobre certos aspectos da lei de reforma do sistema de saúde.

Negociações formais sobre o orçamento seria iniciadas de imediato entre o Senado e a Câmara para cobrir o resto do ano 2014. A situação nos Estados Unidos gera preocupação nos mercados e no mundo todo. Na segunda-feira, os mercados aderiram ao otimismo transmitido pelos legisladores: Londres e Wall Street fecharam em alta, enquanto o dólar resistiu frente ao euro. O Departamento do Tesouro advertiu que, a partir da próxima quinta-feira, não poderá cumprir com todos os seus compromissos e, por isso, o Congresso precisa votar o quanto antes a lei para elevar o limite do endividamento e evitar uma interrupção dos pagamentos.

Ninguém sabe até que data exata o Tesouro poderá garantir seus pagamentos. Pode ser a qualquer momento depois de 17 de outubro, em função das variações diárias da tesouraria. Uma estimativa do Escritório do Orçamento situa a data entre 22 e 31 de outubro.