Jornal Correio Braziliense

Economia

Após breve otimismo, negociações sobre dívida dos EUA voltam a ficar tensas

Obama manifestou hostilidade à ideia de adiar por algumas semanas o vencimento, como sugeriram os republicanos



Durante seu discurso semanal, Obama manifestou este sábado sua hostilidade à ideia de adiar por algumas semanas este vencimento, como sugeriram os republicanos.

Elevar o teto da dívida por um curto prazo permitiria, segundo os republicanos, negociar com mais tempo um amplo acordo de reforma de vários programas sociais norte-americanos.

"Não seria inteligente, como alguns anunciam, adiar por dois meses o teto da dívida e flertar com o primeiro default internacional em meio à temporada comercial de Natal", disse Obama.

"Os danos à reputação de tomador de empréstimos de reputação ilibada dos Estados Unidos só provocaria uma queda dos mercados. Seria mais caro para todos os americanos pegar empréstimos", ressaltou o presidente democrata.

O presidente, que afirmou nas últimas semanas que não negociará com os conservadores sobre a extensão do prazo do teto da dívida nem sobre o orçamento, reafirmou sua posição neste sábado, ao classificar as consequências de um eventual default como "um novo imposto, um imposto republicano por descumprimento, sobre todas as famílias e empresas americanas".

Os republicanos da Câmara temem que a Casa Branca negocie diretamente com os republicanos do Senado, a quem consideram menos intransigentes que seus colegas da Câmara de Deputados e explore, dessa forma, as divisões no campo conservador.

O Senado deve fazer, neste sábado, uma votação de procedimento sobre o aumento do teto da dívida, una medida estimulada pelos democratas e que não teria o apoio dos republicanos.

Parques reabrem suas portas
Na falta de uma votação sobre os gastos e receitas no Congresso, os Estados Unidos estão submetidos, desde 1; de outubro, a uma paralisia administrativa. Milhares de funcionários receberam ordem de permanecer em suas casas, provocando uma cascata de problemas em todo o país.

Vários estados (Nova York, Arizona, Colorado, Utah, Dacota do Sul) devem reabrir seus parques nacionais neste sábado graças a um acordo com o Serviço Nacional de Parques, a agência federal que os administra e que foi forçada a interromper quase completamente suas operações devido à paralisia orçamentária.

Parques como o Grand Canyon ou grandes monumentos como a Estátua da Liberdade receberão os turistas de novo, pois seu funcionamento será financiado temporariamente pelas autoridades locais.

A crise orçamentária se agrava com a necessidade de aumentar o teto legal da dívida, outra faculdade que corresponde ao poder Legislativo. Passada a data de 17 de outubro, a primeira economia mundial corre o risco de um default que terá repercussões mundiais, alertou o governo.

"Um grupo de republicanos da Câmara (...) foi à Casa Branca na quinta-feira para falar com o presidente e encontrar um terreno comum. Estas conversas continuam", disse este sábado o republicano Buck McKeon.

Contudo, não se espera nenhuma resolução para este fim de semana. Os membros da Câmara foram informados que poderiam sair de Washington a partir da tarde de sábado até segunda-feira à noite.