Ex-conselheira econômica de Bill Clinton, vice-presidente do Fed desde 2010, Yellen de 67 anos e considerada uma das "pombas" do Fed, se tornou favorita com a renúncia do concorrente pela nomeação à presidência do banco central, o principal ex-assessor econômico de Obama, Larry Summers, em meados de setembro.
Yellen, que apoiou a política monetária ultraflexível adotada pelo Fed por influência de Bernanke para sustentar a recuperação da crise de Estados Unidos, representa a continuidade deste caminho.
Considerada uma democrata, Yellen passou mais de 12 anos em postos de decisão de política monetária. É vista no seio do Comitê de Política Monetária (FOMC) como mais preocupada com o desemprego que com a inflação.
Cinco anos depois da crise de 2008 provocada pela bolha imobiliária e os créditos de risco, a economia norte-americana ainda se encontra sob a influência do Fed, que deve começar a reduzir seu excepcional apoio à economia.
Assim, Yellen terá a tarefa de reduzir as injeções de liquidez do Fed, fundamentalmente, a compra mensal de títulos do Tesouro e títulos hipotecários de 85 bilhões de dólares.
"Experiência incomparável"
Yellen começará a se preparar para as audiências de confirmação no Congresso em um período de duro enfrentamento partidário em Washington, com Obama e os republicanos se enfrentando sobre a necessidade de aumentar o teto da dívida e pôr fim ao fechamento parcial do governo federal com a aprovação de um orçamento.
Obama sempre defendeu sua vontade de nomear mulheres nos altos cargos do governo, como já fez na Suprema Corte ao indicar Sonia Sotomayor em 2009 e Elena Kagan, em 2010.
No auge de sua rivalidade com Larry Summers na carreira para ocupar um dos cargos "mais importantes do mundo", segundo palavras do próprio Obama, dezena de senadores democratas tomaram partido por Yellen em uma carta enviada ao presidente.
Duzentos e quarenta economistas, entre eles o prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz e os conselheiros econômicos do governo Clinton (1993-2001), Alice Rivlin e Christina Romer, assinaram uma carta aberta a Obama para apoiar Yellen.
Na noite de terça-feira, o titular da Comissão de Assuntos Bancários do Senado, o democrata Tim Johnson, comemorou a decisão da Casa Branca.
"Cumprimento a decisão do presidente Obama de ter escolhido Yellen para se transformar na primeira mulher a ser presidente do Federal Reserve", disse o senador, que fez alusão à "experiência incomparável" de Yellen. Johnson prometeu "trabalhar com os membros da Comissão para confirmar a nomeação no prazo mais breve".