O gigante norte-americano da informática Microsoft anunciou nesta terça-feira um novo plano de compra de suas próprias ações por 40 bilhões de dólares, como forma de transferir mais dinheiro a seus acionistas em um período de transição.
O programa não tem data para acabar e outro de volume similar, que expira no dia 30 de setembro, continua, informou o grupo de Redmond (oeste dos Estados Unidos) em um comunicado.
Paralelamente, a Microsoft aumentará em 22% o dividendo trimestral que paga a seus acionistas, a 28 centavos de dólar por título.
A Microsoft, cujos sistemas operacionais estão estreitamente ligados ao mundo dos PCs, busca se atualizar na área dos dispositivos móveis frente a seus competidores Google e Apple.
Neste sentido, o grupo anunciou pouco tempo atrás a compra da unidade de telefones móveis do grupo finlandês Nokia.
Este plano de compra de ações segue outro similar anunciado em 2008, que terminará no dia 30 de setembro.
"Estas ações representam um compromisso contínuo de entregar dinheiro a nossos acionistas", disse o diretor financeiro da Microsoft, Amy Hood, em um comunicado.
Este plano se segue ao anúncio da saída do número um da Microsoft, Steve Ballmer, no próximo ano.
O fabricante do sistema operacional Windows foi, durante anos, o líder indiscutível do setor de informática, mas recentemente seu valor acionário foi superado por outros gigantes do setor como Apple e Google.
As ações da Microsoft subiam 0,6% a 33 dólares por papel na abertura de Wall Street. Estas operações reduzem o número de ações disponíveis no mercado e, portanto, costumam aumentar o valor de cada título.
A Microsoft tem mais de 70 bilhões de dólares em seus cofres. Boa parte do dinheiro está fora dos Estados Unidos.
Como a Apple e outras empresas de tecnologia, a Microsoft evitou repatriar o dinheiro, que poderia ser submetido a um imposto de até 35%.
No dia 23 de setembro, a empresa pode apresentar novos modelos de seu tablet Surface, para competir com o iPad da Apple e tablets com sistema operacional Android do Google, que dominam o mercado.
A empresa teve uma perda de 900 milhões de dólares este ano por "ajuste de reservas" devido à fraca recepção de seu tablet, para a qual, além disso, reduziu o preço de venda.
Esta semana a empresa explicará a analistas sua estratégia após a compra da Nokia.
"Os investidores não estão convencidos da lógica por trás do acordo com a Nokia, então os administradores (da Microsoft) deverão esclarecer porque uma presença no mundo dos smartphones é crítica para o sucesso a longo prazo do Office e do Windows", disse o analista da Barclays Raimo Lenschow em uma nota a clientes.
No último trimestre, a Microsoft apresentou um lucro líquido de 4,97 bilhões de dólares.
A empresa explicou que esses resultados foram sustentados por receitas crescentes de sua área de serviços, que compensa o lento mercado dos PCs.
O Windows continua sendo o sistema operacional dominante no mercado de PCs, mas este setor está em queda diante da concorrência dos tablets e outros dispositivos móveis.