Os deputados da Argentina votam nesta quarta-feira, com apoio do governo e da oposição, a lei de reabertura da troca da dívida para 7% dos credores que rejeitaram outras reestruturações e enfrentam o país na Justiça.
A presidente Cristina Kirchner deu outra oportunidade aos detentores dos títulos em ;default; que se recusaram a aderir às trocas de 2005 e 2010, depois de a Argentina ter sofrido uma dura derrota em um julgamento nos Estados Unidos, que ainda não terminou.
A nova troca já tem aprovação do Senado e deve oferecer "os mesmos termos e condições que em 2010", disse na terça-feira o ministro da Economia, Hernán Lorenzino.
Um tribunal de Nova York decidiu, em agosto, que o país deveria pagar à vista 100% de uma dívida de 1,47 bilhão aos fundos NML Capital e Aurelius, que a Argentina considera como "abutres" por terem comprado os títulos a preços mínimos depois do ;default; de 2001.
A União Cívica Radical (UCR, social-democrata, oposição) "não vai se negar a dar ao governo as ferramentas que necessita", disse a legisladora do bloco, Laura Montero.
A Argentina sustenta que nenhum credor deve cobrar uma dívida 100% à vista porque isso afeta o dereito de igualdade, sob pena de o país ser alvo de uma enxurrada de processos dos credores que aceitaram a negociação de troca.
A origem do conflito foi a moratória declarada por um efêmero governo de uma semana em 2001, de 81,8 bilhões de dólares.