Helsinque - A finlandesa Nokia venderá a unidade de telefones celulares para a americana Microsoft por 5,44 bilhões de euros (7,183 bilhões de dólares), renunciando a um setor no qual durante muito tempo foi líder mundial. A Nokia, ex-número um mundial dos telefones celulares, se concentrará agora em serviços e redes, "o melhor caminho para avançar, tanto para a empresa como para seus acionistas", afirmou o presidente interino da Nokia, Risto Siilasmaa, em um comunicado.
A Nokia, que passa por dificuldades com a concorrência de Samsung e Apple, sobretudo na venda de smartphones, concluiu em agosto a compra de 50% da Nokia Siemens Networks (NSN) que pertencia ao grupo industrial alemão Siemens. A NSN é especializada nas redes de banda larga e registra resultados melhores que a unidade de telefones celulares da Nokia.
A Microsoft também comprará todas a patentes da Nokia e seus serviços de localização. A compra pela Microsoft será efetuada no primeiro trimestre do próximo ano, após a aprovação dos acionistas e das autoridades reguladoras. Os 32.000 funcionários da Nokia - 4.700 na Finlândia - serão integrados a Microsoft.
[SAIBAMAIS]A compra da Nokia certamente aumentará o debate sobre o futuro de outro grande nome histórico da telefonia móvel, a canadense BlackBerry, que passa por grandes dificuldades. A Nokia liderou o mercado de telefones celulares durante 14 anos, até ser superada pela Samsung em 2012 como a marca mais vendida do mundo. As vendas de celulares da Nokia iniciaram um declínio implacável. Para a Finlândia, a Nokia tem importância muito especial, já que se trata da maior empresa do país.
A Microsoft, a maior empresa de software do planeta, fundada em 1975, também enfrenta dificuldades. Não conseguiu adaptar-se ao mercado das plataformas móveis e tem dificuldades para recuperar o tempo perdido. O tablet eletrônica Surface não encontrou público e a empresa decidiu recentemente diminuir o preço, o que representou fortes custos de desvalorização. Além disso, a empresa sofre com a queda das vendas dos computadores pessoais, o que afeta seu sistema operacional Windows.
Para alguns analistas a empresa precisa passar por mudanças para atuar em um novo ambiente. Neste contexto, o diretor geral Steve Ballmer anunciou em 23 de agosto que deixará o cargo nos próximos 12 meses. O conselho de administração nomeou um comitê especial responsável por buscar o novo diretor. O grupo tem a presença do presidente da diretoria e fundador da Microsoft, Bill Gates.
O próprio Ballmer tentou tranquilizar os 4.700 funcionários da Nokia na Finlândia de Nokia, que agora passam a ser trabalhadores da Microsoft. "Não temos planos para transferir os postos de trabalho em outras partes do mundo, como parte da fusão", disse. "Reconhecemos o papel da Nokia aqui", concluiu.