Apesar das características positivas da transição, Tombini destacou que o processo de normalização das condições monetárias nas economias avançadas gera volatilidade (fortes oscilações), principalmente nos mercados de economias emergentes, como o Brasil. ;As economias emergentes são as mais impactadas por essa volatilidade. Sempre foi assim. E não é diferente no caso da economia brasileira.;
;Os mercados se anteciparam aos fatos e, na ausência de informações claras e precisas de como se dará esse processo de retirada dos estímulos monetários, os preços dos ativos financeiros estão mais voláteis, oscilando ao sabor de cada dado sobre o ritmo de atividade da economia norte-americana;, ressaltou Tombini.
Segundo o presidente do Banco Central, a estratégia da instituição é clara: ;Usaremos nosso amplo rol de instrumentos para reduzir a volatilidade excessiva e mitigar potenciais riscos à estabilidade financeira.; De acordo com Tombini, essa estratégia será usada o tempo que for necessário, em todo o período de transição "entre o mundo atual e o mundo à frente, de condições monetárias normalizadas e maior crescimento da economia e do comércio global;.
[SAIBAMAIS]
Desde o fim de maio, o sistema financeiro global enfrenta turbulências por causa da perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, reduza os estímulos monetários para a maior economia do planeta. Com menos dólares em circulação, a cotação da moeda norte-americana fica mais alta em todo o mundo.
Tombini disse que o Brasil está preparado para enfrentar a volatilidade porque o sistema financeiro brasileiro está ;sólido, com elevados níveis de capital, liquidez e provisões;.
Desde que a volatilidade aumentou, o país manteve fluxo positivo tanto de investimento estrangeiro direto (que vai para o setor produtivo da economia) quanto de portifólio (ações e títulos de renda fixa), ;inclusive com o aumento da participação de investidores estrangeiros na dívida mobiliária pública interna;.
;É importante ressaltar que eventuais saídas [de investimento estrangeiros] pontuais são naturais, não representando mudança de tendência, nem alterando as condições de financiamento do país e o acesso de empresas brasileiras ao mercado financeiro internacional;, destacou Tombini. Ele lembrou que, nos últimos dois anos, o país continuou a ampliar o ;colchão de segurança e de liquidez;. ;Adicionamos quase US$ 90 bilhões às nossas reservas internacionais, que hoje ultrapassam US$ 370 bilhões.;
Ele explicou que esse ;colchão; permite ao Banco Central, no atual ;período de transição, marcado por níveis mais elevados de volatilidade e pelo aumento da aversão ao risco, ofertar proteção (hedge) aos agentes econômicos e, se necessário, liquidez aos diversos segmentos do mercado;.
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Tombini disse que, na semana passada, o BC anunciou o programa de leilões diários de venda de dólares, pelo menos até o final do ano. ;Esse programa, além de conferir previsibilidade, ofertará aos agentes econômicos proteção cambial superior a US$100 bilhões, se considerarmos o montante de proteção que já foi disponibilizado;.