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Economia

Economia brasileira se recupera, mas deve combater inflação, afirma FMI

A inflação em 12 meses foi de 6,27% em julho, próximo do teto da meta do governo de 6,5%, e acima do centro da meta

RIO DE JANEIRO - A economia brasileira está se recuperando progressivamente da desaceleração que começou em 2011, sustentou o FMI nesta quarta-feira (28/8) e pediu ao país a continuar seu combate à inflação através do ajuste da política monetária.

"A economia brasileira está se recuperando gradualmente da desaceleração iniciada em meados de 2011", disse a diretoria executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) em sua revisão anual da economia brasileira, conhecida como artigo IV.

Os diretores do Fundo comemoraram o início de uma política de ajuste das taxas de juros este ano após meses de flexibilização desde meados de 2011 e destacaram que a política monetária deve continuar apontando para a contenção de pressões inflacionárias.

O Banco Central deve anunciar nesta quarta-feira (28/8) uma nova alta da taxa básica de juros de 0,50 ponto, a 9% ao ano, segundo uma maioria de analistas.



A inflação em 12 meses foi de 6,27% em julho, próximo do teto da meta do governo de 6,5%, e acima do centro da meta (4,5%).

"Esforços integrais para aumentar a poupança, a competitividade e o investimento são essenciais para elevar o potencial de crescimento", disseram os diretores do Fundo.

"Para isso, é importante aumentar a poupança doméstica, melhorar o mecanismo de indexação do salário mínimo e continuar reformando o sistema de aposentadoria", aconselharam.

O governo previa inicialmente uma alta do PIB de 4% este ano, mas reduziu progressivamente - a última vez na semana passada - a 2,5%, a mesma projeção que o FMI. O Brasil cresceu apenas 0,9% em 2012, e 2,7% em 2011.

O FMI celebrou a taxa de câmbio flexível do país - o real caiu a 2,45 por dólar na semana passada, seu menor nível desde 2008 - e que as autoridades brasileiras limitem suas intervenções no mercado para "moderar uma excessiva volatilidade".

Também apoiou as concessões a particulares realizadas pelo governo e considerou que "aumentarão os investimentos e aliviarão gargalos em infraestrutura".

Contudo, alertou sobre riscos "associados ao crédito imobiliário e empréstimos hipotecários" neste país onde os preços de bens imóveis subiram de forma estratosférica nos últimos anos e opinou que requerem uma "vigilância contínua".