FRANKFURT AM MAIN - O Banco Central Europeu não deve manter sua taxa de juros baixa por muitos anos, disse o presidente do Budesbank nesta segunda-feira (26/8), mas alertou que a crise da zona do euro está longe do fim.
"Minha suposição é que as taxas de juros não permanecerão baixas por anos, até porque o estímulo econômico da política ultra-flexível irá enfraquecer com o tempo e os riscos da estabilidade financeira aumentarão", disse Jens Weidmann.
Weidmann, presidente do banco central alemão, foi citado em uma entrevista ao jornal de negócios Handelsblatt.
O presidente do BCE, Mario Draghi, disse em julho que as taxas de juros da zona do euro - já em níveis historicamente baixos - permaneceriam "no nível atual ou níveis mais baixos por um longo período de tempo" e que uma saída da política ativa de taxas de juros baixos estava "muito distante".
Mas Weidmann, que, como chefe do Bundesbank participa do conselho do BCE, reiterou que as declarações de Draghi - conhecidas como "orientações futuras" - não constituem uma promessa firme.
[SAIBAMAIS]Elas foram "formuladas conscientemente dessa forma porque há condições atreladas", disse Weidmann. "A expectativa de que as taxas de juros não serão aumentadas por um longo período é baseada em nossa previsão econômica. Se os dados posteriores apontarem outra perspectiva para a estabilidade dos preços, ajustaremos nossa política monetária de acordo," disse ele.
O período atual de relativa calma nos mercados financeiros da zona do euro não significa que a longa crise na região da moeda única está superada, alertou Weidmann.
"A crise não acabou e muito ainda precisa ser feito para resolvê-la" disse ele, insistindo que o BCE sozinho pode não resolver a crise porque os problemas não eram de natureza monetária.
"Os problemas estruturais nos países em crise foram construídos durante um longo período de tempo. Eles não podem ser resolvidos em apenas alguns trimestres, serão necessários anos. Está errado dizer que a crise está encerrada e levará apenas a uma redução dos esforços de reforma," disse Weidmann.
Em um evento em Berlim nesta segunda-feira, o presidente do Bundesbank reiterou suas críticas do programa de compra de títulos do BCE, OMT, que é considerado como um ponto de virada na crise do euro.
"Não é segredo que sou particularmente crítico ao programa de compra de títulos. Ao comprar a dívida soberana de países individualmente com pouca qualidade de crédito, os bancos centrais estão redistribuindo os riscos de uma política orçamentária insalubre a todos os países da zona do euro", argumentou Weidmann.
"Apenas parlamentares e governos têm legitimidade democrática para fazer essa redistribuição". A política monetária já deu uma contribuição substancial para evitar uma maior escalada da crise, disse o presidente do banco central alemão.
"Mas se aventurou em um território inexplorado e até perigoso. A melhor contribuição que a política monetária pode fazer para resolver a crise é salvaguardar sua credibilidade e a confiança da população no euro," disse Weidmann. "Eles fazem melhor em se focar no mandato primário de garantir a estabilidade dos preços," afirmou.
"Minha suposição é que as taxas de juros não permanecerão baixas por anos, até porque o estímulo econômico da política ultra-flexível irá enfraquecer com o tempo e os riscos da estabilidade financeira aumentarão", disse Jens Weidmann.
Weidmann, presidente do banco central alemão, foi citado em uma entrevista ao jornal de negócios Handelsblatt.
O presidente do BCE, Mario Draghi, disse em julho que as taxas de juros da zona do euro - já em níveis historicamente baixos - permaneceriam "no nível atual ou níveis mais baixos por um longo período de tempo" e que uma saída da política ativa de taxas de juros baixos estava "muito distante".
Mas Weidmann, que, como chefe do Bundesbank participa do conselho do BCE, reiterou que as declarações de Draghi - conhecidas como "orientações futuras" - não constituem uma promessa firme.
[SAIBAMAIS]Elas foram "formuladas conscientemente dessa forma porque há condições atreladas", disse Weidmann. "A expectativa de que as taxas de juros não serão aumentadas por um longo período é baseada em nossa previsão econômica. Se os dados posteriores apontarem outra perspectiva para a estabilidade dos preços, ajustaremos nossa política monetária de acordo," disse ele.
O período atual de relativa calma nos mercados financeiros da zona do euro não significa que a longa crise na região da moeda única está superada, alertou Weidmann.
"A crise não acabou e muito ainda precisa ser feito para resolvê-la" disse ele, insistindo que o BCE sozinho pode não resolver a crise porque os problemas não eram de natureza monetária.
"Os problemas estruturais nos países em crise foram construídos durante um longo período de tempo. Eles não podem ser resolvidos em apenas alguns trimestres, serão necessários anos. Está errado dizer que a crise está encerrada e levará apenas a uma redução dos esforços de reforma," disse Weidmann.
Em um evento em Berlim nesta segunda-feira, o presidente do Bundesbank reiterou suas críticas do programa de compra de títulos do BCE, OMT, que é considerado como um ponto de virada na crise do euro.
"Não é segredo que sou particularmente crítico ao programa de compra de títulos. Ao comprar a dívida soberana de países individualmente com pouca qualidade de crédito, os bancos centrais estão redistribuindo os riscos de uma política orçamentária insalubre a todos os países da zona do euro", argumentou Weidmann.
"Apenas parlamentares e governos têm legitimidade democrática para fazer essa redistribuição". A política monetária já deu uma contribuição substancial para evitar uma maior escalada da crise, disse o presidente do banco central alemão.
"Mas se aventurou em um território inexplorado e até perigoso. A melhor contribuição que a política monetária pode fazer para resolver a crise é salvaguardar sua credibilidade e a confiança da população no euro," disse Weidmann. "Eles fazem melhor em se focar no mandato primário de garantir a estabilidade dos preços," afirmou.