Não era o primeiro acidente sofrido pelo eletricitário: Antônia relembra de pelo menos duas quedas de poste. Em uma delas, o choque foi tão forte que deixou um buraco no braço dele. ;Wilson sabia do risco, já tinha chegado em casa chorando muitas vezes por ter perdido algum amigo;, conta. De fato, o sofrimento da família de Wilson pode ser estendido a outros milhares de lares no país. A triste sina do eletricitário reflete uma realidade com que convivem, diariamente, os mais de 150 mil funcionários que trabalham no setor. Apenas em 2012, foram registrados 1.941 acidentes de trabalho e 67 casos fatais, conforme dados fornecidos ao Correio pela Fundação Coge.
Entre os afetados, a maior parte, cerca de 80%, não tem vínculo empregatício direto com as distribuidoras de energia. São terceirizados. No ano passado, 1.245 dos acidentes e 58 mortes dizem respeito a esses trabalhadores. Apesar de representar uma diminuição em relação a 2011, quando foram contabilizados 2,2 mil acidentes e 79 mortes, o número ainda é considerado alto, o que tem feito com que o Ministério Público do Trabalho (MPT) acompanhe de perto o setor.
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