A disparada do dólar bateu em cheio no caixa de empresas e bancos que, nos últimos anos, se empanturraram de dívidas no exterior. Com a moeda norte-americana rompendo o teto de R$ 2,30 ; a maior cotação dos últimos quatro anos ;, o total de débitos está em disparada. Na comparação entre junho deste ano, quando a fatura bateu em US$ 480,6 bilhões, com o mesmo período de 2002, houve um aumento de 15%. Em relação a dezembro de 2009, quando o mundo se debatia para sair do atoleiro da crise provocada pelo estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos, a elevação foi de 73%.
Para os analistas, apesar de ainda estar sob controle, a dívida externa preocupa. Em um quadro internacional mais adverso, com volume menor de recursos disponíveis aos países emergentes, o dólar poderá subir e haver complicações para as empresas mais endividadas. ;Não à toa, os investidores estão vez mais pessimistas em relação à economia brasileira;, disse Clodoir Vieira, sócio da Consultoria empresarial Compliance. Ele contou que tem recebido relatórios de várias instituições financeiras indicando que o dólar chegará a R$ 2,40 ainda neste ano, principalmente se a economia dos Estados Unidos mantiver sinais mais fortes de melhora.
A valorização do dólar afeta muito mais o setor privado, que responde por quase 90% do endividamento externo. De 2009 para cá, os débitos dos bancos mais que dobrou, passando de US$ 63,6 bilhões para US$ 147,4 bilhões. No caso das empresas não financeiras, o salto foi de 65%, passando de R$ 65,6 bilhões para US$ 108,7 bilhões. Há ainda a parcela de créditos negociados entre companhias, fora dos sistema bancário. Nesses casos, as operações passaram de US$ 79,3 bilhões para US$ 158,9 bilhões ; um aumento de 100%.
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