De acordo com presidente da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), Adilson Carvalhal Júnior, desde o início do processo de dólar em alta as importadoras estão manejando os preços em ritmos variados e grande parte delas está segurando os valores. ;Mas a gente acha que este mês vai ser atualizado tudo. A partir de agosto, o consumidor vai estar percebendo mais isso no ponto de vendas;, aposta o presidente. A estimativa dele é que o setor aplique reajustes de 5% a 8%. ;Varia para cada produto, cada empresa importadora;, diz.
[SAIBAMAIS]Carvalhal destaca que, antes da valorização do câmbio, 2013 já dava mostras de que não seria um ano bom para o setor de bebidas e alimentos finos. ;O mercado está um pouco retraído em termos de aquecimento econômico. O primeiro trimestre foi bom, mas a Páscoa nem tanto. Maio, começo do inverno, costuma ser um bom mês, mas este ano não foi. O bolso do consumidor está mais curto. Por isso, muita gente não subiu os preços, por temor da queda de vendas. Fecharemos o ano com crescimento pequeno, de 5%. Descontando o dólar e a inflação, será um decréscimo;, destaca.
Em outro setor com forte presença de importados, o de perfumaria e cosméticos, ainda não se fala em reajuste de preços porque há esperança de um recuo da valorização da moeda norte-americana. ;A gente não pretende mexer agora nos preços. Ninguém pode prever [o que acontecerá com o câmbio], pois a gente não tem como controlar a volatilidade. Tem que aguardar neste momento;, avalia Renato Rabatt, diretor financeiro da Associação dos Distribuidores e Importadores de Perfumes, Cosméticos e Similares (Adipec) e diretor-geral da importadora LVMH Perfumes e Cosméticos. Segundo Rabbat, mesmo que o câmbio force um reajuste, por enquanto são mantidas expectativas otimistas para 2013. ;O dólar em alta traz até algum benefício, porque o brasileiro viaja menos e consome mais nossos produtos importados vendidos no mercado doméstico;, comenta. De acordo com ele, está previsto um crescimento de 15% nas vendas com relação a 2012.
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No caso dos empresários do ramo do turismo, os custos para trabalhar aumentaram e ainda não foram repassados aos consumidores. ;As operadoras, agências de viagem e companhias aéreas têm ajustado os custos internamente e quase não estão repassando para o viajante. Estão ganhando menos dinheiro. Muitas congelaram o dólar a R$ 1,99;, ressalta o vice-presidente de Relações Internacionais da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), Leonel Rossi Júnior. Segundo ele, isso não deve causar retração do setor e sim um crescimento mais modesto. ;A expectativa era crescer 10% este ano e agora esperamos aumento de 5% com relação a 2012;.