Jornal Correio Braziliense

Economia

Governo se apega a alívio momentâneo da Inflação para encobrir PIB

Presidente Dilma garante que a inflação fechará o ano dentro da meta - o teto é de 6,5% - e que as contas públicas estão sob controle



Golpe
Segundo especialistas, as palavras da presidente não caracterizam disposição do governo em enfrentar, com vigor, o problema dos preços altos. Reservadamente, até técnicos da equipe econômica admitem que a bandeira da inflação em queda serve de agenda positiva em um momento em que o time de campanha pela reeleição de Dilma acusa o golpe pela falta de notícias positivas. Mas eles ressaltam que ainda é cedo para o Planalto celebrar o IPCA menor, uma vez que há pressões no horizonte sobre os preços, como a alta do dólar. Eles também não acreditam em expansão do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 2% em 2013. Isso, apesar da inabalável confiança do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A reação ao discurso da presidente foi enfática. ;Falar que o IPCA ficará dentro do intervalo (da meta) não é refresco para ninguém. Refresco seria saber quando a inflação vai finalmente voltar para o centro da meta, de 4,5%. E isso ninguém sabe, muito menos o governo;, disse o economista Alexandre Schwartsman, doutor em economia pela Universidade da Califórnia (Berkeley). Nas contas dele, a inflação encerrará o ano com alta de 6%.

Caso se confirme esse número, serão cinco anos consecutivos em que a carestia não deu trégua aos consumidores, ficando sempre muito acima do objetivo perseguido pelo BC. Nos cálculos da economista Adriana Molinari, da Consultoria Tendências, a alta acumulada do IPCA em 2013 será de 5,7%. Mas, segundo ela, o índice dos últimos 12 meses estaria em 7,5% não fossem diversas medidas adotadas pelo governo para reduzir, momentaneamente, a pressão sobre os preços, como a redução nas tarifas de energia elétrica e o adiamento do reajuste dos ônibus. ;Sem essas intervenções, certamente, o IPCA fecharia o ano bem acima do teto da meta;, assinalou.

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