Jornal Correio Braziliense

Economia

Famílias brasileiras sentem a alta da inflação no mês de junho

Índice só não foi pior por causa das manifestações nas ruas, que fecharam o comércio nas principais capitais, e dos jogos da Copa das Confederações

A inflação tem sido um fardo pesado para as famílias. Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estourou, pela segunda vez no ano, o limite de tolerância de 6,5%, no acumulado de 12 meses. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador cravou 6,70%, o maior nível desde 2011. Já a variação mensal do IPCA ficou em 0,26%, abaixo do esperado pelo mercado (0,29%) e menor que o observado em maio, quando a taxa foi de 0,37%. Apesar da boa notícia, o instituto, que alertou que a carestia do mês pode ter vindo mais fraca devido à Copa das Confederações e dos protestos que tomaram as ruas.

[SAIBAMAIS]Eulina Nunes, coordenadora de preços do IBGE, explicou que, em função dos jogos e das manifestações, parte do comércio não abriu. Além disso, como as vendas estavam em baixa, devido ao elevado endividamento das famílias, liquidações fora de época reduziram alguns preços e levaram a uma desaceleração do custo de vida. ;Junho foi um mês atípico, que não pode ser usado como referência. Houve o vaivém das passagens de ônibus e as lojas fechadas pelos jogos e pelos protestos de rua;, explicou.


Ainda de acordo com Eulina, o IPCA teria seria menor se o indicador tivesse captado totalmente a diminuição do preço do transporte público ; as tarifas em São Paulo voltaram de R$ 3,20 para R$ 3. Elson Teles, economista do Itaú Unibanco, observou que esse desconto deve aparecer mais fortemente no IPCA de julho. ;Nossa projeção preliminar para a inflação deste mês aponta para variação de 0,15%;, calculou.