Jornal Correio Braziliense

Economia

Brasil aguarda janela de oportunidade para emitir títulos da dívida externa

O prazo não está definido, mas a última operação ocorreu em maio, quando foram vendidos US$ 800 milhões

O Tesouro Nacional aguarda uma ;janela de oportunidade; para realizar uma nova emissão de títulos da dívida externa do governo brasileiro no mercado financeiro internacional. O prazo não está definido, mas a última operação ocorreu em maio, quando foram vendidos US$ 800 milhões.

Por meio das emissões de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Taxas menores de juros indicam menor grau de desconfiança dos investidores em relação ao Brasil e ao pagamento da dívida do país. As emissões também ajudam a estabelecer uma tendência para as taxas tanto para futuras captações do governo quanto para as das empresas.

;Fizemos uma emissão há pouco tempo para demonstrar os fundamentos. Embora haja um momento de volatilidade internacional importante, estamos com a expectativa de fazer emissão em um prazo não muito longo. Assim que nós entendermos que há uma janela boa, vamos fazer uma emissão;, disse.

Para ele, a nova operação será para demonstrar mais uma vez os ;fundamentos sólidos do Brasil;. Para ele, o ;mercado real;, aquele que compra títulos, tem avaliado que os fundamentos econômicos do país são os melhores possíveis.



O mesmo tem acontecido, informou, no mercado interno. ;Demonstra um mercado [potencialmente] comprador dos títulos do Tesouro Nacional em meio a uma volatilidade decorrente das taxas de juros do mercado dos Estados Unidos. Isso mostra extraordinária confiança nos fundamentos do mercado do Brasil;, destacou.

Questionado por jornalista sobre a aversão ao risco ante a estabilidade do mercado internacional, e também sobre questões internas, como uma possível queda de confiança dos investidores, Arno Augustin disse que, ao contrário, tem percebido que os analistas internacionais estão absolutamente confiantes no Brasil.

;Isso se expressa no valor dos nossos títulos à medida em que eles têm um comportamento bem melhor do que a maior parte dos países emergentes;, observou.

Para Arno Augustin, o que não se pode, numa conjuntura em que os Estados Unidos estão sinalizando uma mudança estrutural no seu patamar de juros, é ignorar que isso significa uma reacomodação da liquidez internacional com efeito na maior parte dos países.

O secretário do Tesouro acredita que as atuais tensões não são especificas do Brasil, mas são uma tendência internacional clara, decorrente da situação americana. ;Não considerar isso é deixar de fazer uma análise que não considera elementos decisivos. Nosso último lançamento, que foi há pouco mais de um mês, teve o menor spread da história. Temos fundamentos sólidos e que se afirmam. Isso irá continuar;.

Segundo Arno Augustin, sempre há um dia ou outro dia de volatilidade, comum e normal no mercado. São movimento, disse, que existem ao longo dia. ;A gente acompanha. Mas não se traduz em uma tendência;.