;De fato, não tínhamos esse real desvalorizado no nosso cenário anterior. O último mês nos levou a refazer as contas, porque foi um movimento muito rápido. Agora, o quadro é desfavorável para a inflação;, disse o economista Elson Teles, do Itaú Unibanco. Segundo ele, no início do ano, a aposta era de que o dólar chegaria a dezembro entre R$ 2 e R$ 2,07. Mas hoje é mais provável um valor de R$ 2,15 ou mais.
Nesse nível, concordam os analistas, o repasse do câmbio para os consumidores será inevitável. Mas a força e o momento da transferência dependerão das condições do consumo interno. A alta do dólar tem duas origens. De um lado, a desconfiança dos investidores em relação aos rumos da economia brasileira. De outro, a expectativa de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, comece a diminuir os estímulos ao país mais rico do planeta.