Bruxelas - A economia da Eurozona registrou contração de 0,2% no primeiro trimestre do ano, que se soma ao recuo de 0,6% no último trimestre de 2012, confirmou nesta quarta-feira (5/6) a agência europeia de estatísticas Eurostat ao divulgar a segunda estimativa. Isso significa que os 17 países da União Monetária seguiam em recessão no começo do ano, depois de terem entrado nela no terceiro trimestre de 2012. A recessão se define pela queda do PIB por dois trimestres seguidos.
Os resultados mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro acumula seis trimestres seguidos no vermelho. Entre os Estados membros da Eurozona sobre os quais existem dados disponíveis, a Eslováquia é o que registra o maior crescimento do PIB em maio (%2b0,2%), seguido pela Alemanha (%2b0,1%), maior economia da região. As maiores quedas foram registradas pelo Chipre (-1,3%) e pela Estônia (-1,0%).
Segunda maior economia da região, a França caiu em recessão no primeiro trimestre, confirmou a Eurostat, com um recuo de 0,2% do PIB no começo do ano. A Itália e a Espanha, terceira e quarta economia da região, respectivamente, seguem em recessão apresentando uma contração de 0,5% de suas atividades.
[SAIBAMAIS]A Eurostat indica, ainda, que o consumo privado aumentou 0,1% no primeiro trimestre, depois da queda de 0,6% no trimestre anterior. No entanto, os investimentos recuaram 1,6% e as exportações e importações também caíram (0,8% e 1,1%, respectivamente). Portanto, a insuficiência de investimentos tem travado o crescimento.
"Durante o período, as condições de crédito, em particular para pequenas e médias empresas, são um obstáculo aos investimentos. Também é evidente que o setor de construção foi afetado em alguns países pelo mau tempo no começo do ano", afirma Howard Archer, analista de IHS Global Insight.
Nesse contexto, "não é certo que a atividade da zona do euro pare de contrair no segundo semestre", acrescenta Archer, que espera, por outro lado, uma recuperação liderada pela Alemanha e uma melhora do setor de construção. Publicado nesta quarta-feira, o Índice de Gerentes de Compras de maio (PMI, na sigla inglesa) confirma que a recuperação ainda está longe.
"A zona do euro segue imersa na fase mais longa de recessão desde a sua criação, e o segundo trimestre de 2013 deve apresentar um novo recuo trimestral, que seria o sétimo consecutivo", estima Chris Williamson, economista chefe do Markit, instituto que publica os índices PMI.
A União Europeia como um todo sofreu uma retração de 0,1% do PIB em comparação ao trimestre anterior, confirmou a Eurostat. Comparado com o mesmo trimestre de 2012, o PIB registrou uma queda de 1,1% na zona do Euro e de 0,7% na União Europeia. Enquanto isso, o PIB dos EUA cresceu 0,6% no primeiro trimestre de 2013, depois de uma ligeira progressão de 0,1% no quarto trimestre de 2012.