Joanesburgo - A África ainda não recuperou o crescimento que tinha antes da crise, mas "as perspectivas a médio prazo são favoráveis", segundo relatório publicado nesta segunda-feira (27/5) pela OCDE com outras instituições (BAD, PNUD, CEA) que destaca também o "aumento das desigualdades" e as "práticas abusivas das multinacionais".
"Com um crescimento previsto de 4,8% em 2013 e de 5,3% em 2014, a África ainda estará longe dos resultados que tinha antes da recessão de 2009", diz o relatório 2013 em que os especialistas afirmam que, para reduzir a pobreza, o continente, submetido a uma forte pressão demográfica (%2b2% ao ano), precisaria crescer pelo menos 7%.
Em 2012, o crescimento médio foi de 6,6% graças à recuperação da Líbia, mas, sem este fator, a média foi de 4,2% no ano passado. Exportadora de todo tipo de matérias primas - petróleo na Nigéria, café na Etiópia, cobre em Zâmbia, produtos agrícolas no Quênia, diamantes na Botswana -, o continente africano sofreu com a persistente fragilidade da economia mundial e continua exposto a este "entorno mundial muito volátil".
Por isso, o relatório prefere falar de "perspectivas econômicas prudentes, mas positivas para o continente", enquanto aumenta a integração com as economias emergentes, Brasil, China ou Índia. Contudo, o consumo local aumenta graças às remessas dos emigrantes (60,4 bilhões de dólares) que quadruplicaram desde 2001 alcançando um novo recorde. Em 2012, superaram pela primeira vez a ajuda ao desenvolvimento que vem de fora (56,1 bilhões de dólares).
Neste sentido, o relatório recomenda aos dirigentes africanos que tomem medidas para reduzir o custo de envio de dinheiro que continua sendo muito alto. "A África tem o recorde mundial do custo do envio do exterior (12,4% da quantia enviada em 2012)", critica o relatório.
Em 2012, a agricultura, que absorve a maioria da mão de obra africana, com exceção de Maurício e África do Sul, foi favorecida por um clima favorável. Contudo, o principal motor de crescimento foram os serviços, em particular as telecomunicações, os serviços financeiros e os seguros.
Apesar disso, os avanços em matéria de desenvolvimento humano continuam sendo "lentos", "as desigualdades das receitas aumentam e os indicadores em matéria de saúde e educação se deterioram em algumas áreas do continente", constata o relatório, elaborado conjuntamente com o Banco Africano de Desenvolvimento(BAD), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Comissão Econômica para a África(CEA). O relatório insiste na necessidade de reformar os sistemas tributários.
É certo que "uma parte considerável da atividade é informal e escapa, por isso, dos impostos", mas o relatório critica a concessão "excessiva de isenções fiscais". Além disso, o relatório convida a "negociar uma tributação mais justa para as multinacionais". O problema é também político: um governo ganha legitimidade e responsabilidade se elimina sua dependência da ajuda estrangeira e mobiliza recursos internos, segundo os especialistas.
"Com um crescimento previsto de 4,8% em 2013 e de 5,3% em 2014, a África ainda estará longe dos resultados que tinha antes da recessão de 2009", diz o relatório 2013 em que os especialistas afirmam que, para reduzir a pobreza, o continente, submetido a uma forte pressão demográfica (%2b2% ao ano), precisaria crescer pelo menos 7%.
Em 2012, o crescimento médio foi de 6,6% graças à recuperação da Líbia, mas, sem este fator, a média foi de 4,2% no ano passado. Exportadora de todo tipo de matérias primas - petróleo na Nigéria, café na Etiópia, cobre em Zâmbia, produtos agrícolas no Quênia, diamantes na Botswana -, o continente africano sofreu com a persistente fragilidade da economia mundial e continua exposto a este "entorno mundial muito volátil".
Por isso, o relatório prefere falar de "perspectivas econômicas prudentes, mas positivas para o continente", enquanto aumenta a integração com as economias emergentes, Brasil, China ou Índia. Contudo, o consumo local aumenta graças às remessas dos emigrantes (60,4 bilhões de dólares) que quadruplicaram desde 2001 alcançando um novo recorde. Em 2012, superaram pela primeira vez a ajuda ao desenvolvimento que vem de fora (56,1 bilhões de dólares).
Neste sentido, o relatório recomenda aos dirigentes africanos que tomem medidas para reduzir o custo de envio de dinheiro que continua sendo muito alto. "A África tem o recorde mundial do custo do envio do exterior (12,4% da quantia enviada em 2012)", critica o relatório.
Em 2012, a agricultura, que absorve a maioria da mão de obra africana, com exceção de Maurício e África do Sul, foi favorecida por um clima favorável. Contudo, o principal motor de crescimento foram os serviços, em particular as telecomunicações, os serviços financeiros e os seguros.
Apesar disso, os avanços em matéria de desenvolvimento humano continuam sendo "lentos", "as desigualdades das receitas aumentam e os indicadores em matéria de saúde e educação se deterioram em algumas áreas do continente", constata o relatório, elaborado conjuntamente com o Banco Africano de Desenvolvimento(BAD), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Comissão Econômica para a África(CEA). O relatório insiste na necessidade de reformar os sistemas tributários.
É certo que "uma parte considerável da atividade é informal e escapa, por isso, dos impostos", mas o relatório critica a concessão "excessiva de isenções fiscais". Além disso, o relatório convida a "negociar uma tributação mais justa para as multinacionais". O problema é também político: um governo ganha legitimidade e responsabilidade se elimina sua dependência da ajuda estrangeira e mobiliza recursos internos, segundo os especialistas.