O investidor estrangeiro, fundamental para determinar os rumos da bolsa brasileira, está arisco. Depois de uma série de intervenções governamentais na economia, da disparada da inflação e de gastos públicos crescentes, quem olha de fora passou a ver instabilidade e risco. A essência é tamanha que o Brasil não conseguiu sequer se beneficiar com o US$ 1,4 trilhão que o Japão começou a desaguar no mundo e dos recursos que os Estados Unidos injetaram no planeta nos últimos anos. Segundo levantamento feito pelo Correio em dados do Banco Mundial, o receio dos estrangeiros bateu forte na Bolsa de Valores de São Paulo (BM). Em uma lista que mostra o crescimento do valor de mercado de empresas em 16 nações, as de bandeira verde e amarela ficam à frente apenas das argentinas, que vivem em meio a uma situação financeira e econômica bem mais complicada.
Enquanto o valor total das companhias brasileiras avançou apenas 0,08% de 2011 a 2012, os principais mercados do globo e da América Latina cresceram mais. O Brasil não deixou de ser uma das economias mais importantes do mundo, mas, para os investidores, há opções mais rentáveis e seguras. Entre os nossos vizinhos mais próximos, a Colômbia, que até os anos 1990 sofria com o tráfico de drogas, tornou-se um dos alvos preferenciais do capital estrangeiro. Em um ano, o valor das ações das companhias listadas na bolsa do país caribenho subiu 30,21% ; um incremento de US$ 60,9 bilhões no período. No Brasil, maior mercado da região, o aumento foi de apenas US$ 880 milhões.