"Vou continuar trabalhando com vocês neste mandato, extremamente exigente", prometeu o diplomata de 55 anos, representante do Brasil na OMC desde 2008. Azevêdo, designado na semana passada por consenso para substituir a partir de 1; de setembro o francês Pascal Lamy, recordou que trabalha com a OMC há 15 anos.
"Conheci dias muitos melhores. Me comprometo com todos os membros a trabalhar com eles, com uma firme determinação, para restaurar o papel da OMC e a preeminência que merece e deve ter", disse. O brasileiro terá como principal desafio retomar as negociações da Rodada de Doha para liberalizar o comércio mundial e ajudar o desenvolvimento das nações mais pobres.
Para ser nomeado novo diretor-geral, Azevêdo competiu com o mexicano Herminio Blanco, de 62 anos, que dirigiu as negociações do México no histórico acordo comercial norte-americano (Nafta), assinado em 1994. O primeiro latino-americano a ocupar o posto de diretor-geral prometeu a independência da OMC.
"Não vou defender os interesses do Brasil nem nada parecido, ou a política comercial brasileira", disse Azevêdo recentemente à AFP. A eleição de um representante dos países emergentes para dirigir esta instituição atingida por fortes antagonismos gerou esperança.
"A OMC é capaz de se ajustar, de se transformar em função das grandes evoluções da economia mundial, entre as quais está essa grande virada, que vimos nos últimos anos e que a crise acelerou, entre os países avançados como a Europa ou os Estados Unidos e os países emergentes", disse na semana passada o diretor em fim de mandato da OMC, Pascal Lamy.