O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou esta tarde o desligamento de quatro usinas térmicas em razão da melhora dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, graças ao período chuvoso, terminado semana passada. Após a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), na sede do ministério, Lobão informou que, a partir de sábado voltarão à retaguarda as unidades de Pau Ferro (PE), Termo Manaus (PE), Xavante (GO) e Potiguar (RN), justamente as de operação mais cara. Desde outubro de 2012, todas as térmicas do país estão acionadas para garantir o abastecimento, gerando 7,3 mil megawatts (MW) ou 15% da carga total do sistema.
Segundo o ministro, sem essas quatro usinas, os gastos com geração extraordinária terão um recuo mensal de R$ 260 milhões. Para analistas, a crescente pressão dos custos sobre as tarifas em razão do uso de térmicas, sobretudo a partir de 2014, pesou na decisão do Planalto de antecipar em pelo menos dois meses o início dos desligamentos. A despesa mensal com já passou de R$ 1 bilhão em abril. Apesar disso, a chamada desmobilização de retaguarda só não vai ser maior para não ampliar os riscos de racionamento no próximo ano, quando se realizará a Copa do Mundo e as eleições.
Para os consumidores, a economia a partir de maio é estimada em R$ 100 milhões por mês. Lobão prometeu diluir o passivo da geração térmica, em torno de R$ 2 bilhões, nos quatro anos seguintes. "Com isso, o impacto nas contas de luz seria de uma alta irrisória, de 3% ao ano", disse, acrescentando que o governo até poderia desligar mais térmicas se quisesse. A razão de não fazer isso é continuar monitorando a evolução dos reservatórios nos próximos meses. "Podemos desligar, mas isso não é uma sentença", resumiu.