Jornal Correio Braziliense

Economia

Anatel reconhece problemas e diz que é preciso puxar orelha de operadoras

Em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, o presidente da Anatel reconheceu que os investimentos feitos pelas empresas em atendimento ao consumidor, infraestrutura e tecnologia ainda são insuficientes

A melhoria da fiscalização da qualidade das ligações e conexões de internet é a aposta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para evitar problemas durante os grandes eventos esportivos que o Brasil vai sediar a partir deste ano.

A primeira grande prova de como está o serviço de telefonia será no próximo mês, durante a Copa das Confederações. Nesse caso, o desafio é que a tecnologia 4G cubra todos os estádios e aeroportos das seis cidades-sede do torneio. Até dezembro de 2016, a expectativa é de que metade da população brasileira também tenha acesso à tecnologia.

;Temos que garantir o pleno funcionamento das redes durante os grandes eventos, momento importante para o País mostrar sua capacidade de atuação em relação à infraestrutura de Telecom;, disse o presidente da Anatel, João Batista Rezende.

[SAIBAMAIS] Em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado nesta terça-feira (7), o presidente da Anatel reconheceu que os investimentos feitos pelas empresas em atendimento ao consumidor, infraestrutura e tecnologia ainda são insuficientes. Para ele, a Anatel precisa ;puxar a orelha" das operadoras para que elas melhorem a qualidade do serviço de internet móvel para transmissão de dados. Apesar disso, para a agência, houve melhora na qualidade dos serviços de transmissão de voz e no número de quedas de chamadas, que voltou para perto da meta.



;Hoje temos quase 150 milhões de pessoas com celular, dos quais 72 milhões têm serviço de transmissão dados no celular. Imagine quando atingirmos 150 milhões de pessoas com internet. O nível da rede tem que ser muito melhor do que é hoje; os investimentos têm que ser muito mais pesados do que são hoje;, destacou.

Segundo o presidente da Anatel, na impossibilidade de se duplicar ou triplicar a infraestrutura já existente, a saída terá que ser outra. ;É melhor pegar a infraestrutura atual e compartilhar. Na tecnologia 4G, por exemplo, a Oi e a TIM já buscam o compartilhamento de torres. Nas cidades com menos de 30 mil habitantes, onde só uma empresa tem a infraestrutura, será obrigada a abrir o canal para as outras usarem o serviço;, explicou.

O call center da Anatel registra por ano 6 milhões de atendimentos, como queixas e pedidos de esclarecimentos de dúvidas. Em 2012, foram 2,360 milhões de reclamações.