Paris - Três em cada quatro europeus acreditam que a crise em seu país vai piorar este ano, de acordo com uma pesquisa realizada pela Ipsos/CGI e solicitada pelo grupo Publicis, que fala em uma "situação sombria e um futuro sem perspectiva".
O grupo divulgou nesta terça-feira (7/5) um documento de 110 páginas, intitulado "Europa 2013, um continente à deriva", elaborado com base em um levantamento entre março e abril com 6 mil europeus (da França, Grã-Bretanha, Polônia, Itália e Espanha) pela Ipsos/CGI, e uma pesquisa qualitativa realizada com 400 europeus pelo FreeThinking, o laboratório de estudos da Publicis.
[SAIBAMAIS]"A situação é sombria, o futuro sem perspectivas, a confiança nas instituições nacionais prejudicada e a Europa institucional ausente. Mas o que é mais surpreendente é a divisão entre o norte e o sul", resume o presidente da Publicis, Maurice Lévy, na apresentação do estudo.
Para três em cada quatro europeus (75%), a crise em seu país vai piorar este ano, segundo a pesquisa. Os franceses estão particularmente convencidos disso (85%, dos quais 23% acham que será "muito pior"). "Nesse sentido, eles são os campeões do pessimismo na Europa, embora nenhum país esteja a salvo", diz o estudo.
"Os alemães também temem serem castigados pela crise europeia", e 73% acham que a situação em seu país vai piorar, enquanto os poloneses são os mais otimistas (60%). Os espanhóis são menos pessimistas. Mesmo duramente afetados pela crise, uma parte significativa prefere pensar que as coisas não vão piorar, e 40% acha que a crise vai se atenuar ao longo do ano em Espanha.
Entre a população dos seis países, "os sentimentos que dominam são o pessimismo (45%) e, no mesmo nível, a resignação (32%) e raiva (32%). Quando perguntados sobre seu futuro pessoal, a maioria dos europeus considera "aberto" (61%). "Apenas uma minoria considerou sem esperança (39%, dos quais apenas 5% consideram "totalmente sem perspectiva"). Só os franceses (51%) e italianos (55%) são a maioria em pensar que o seu futuro é "sem perspectiva", diz o estudo.