Com previsões cada vez piores para o crescimento da Europa, desaceleração na China e dados ambíguos nos Estados Unidos, o processo de alta dos juros básicos no Brasil pode estar com os dias contados. Além da situação ruim no exterior, a produção industrial frustrante de março ; uma elevação de apenas 0,7% ; reforçou a percepção dos analistas de que o ritmo da atividade econômica brasileira está bem mais lento do que se esperava. Por isso, as projeções de evolução do Produto Interno Bruto (PIB) estão sendo rebaixadas. As previsões de alta referentes ao primeiro trimestre de 2013 oscilam, agora, entre 0,6% e 0,8%, e não mais ao redor de 1%. Para o ano, alguns economistas que apostavam em 3% já começam a falar em um avanço mais modesto, de até 2,7%, no máximo. Com a economia mais fraca, o Banco Central (BC) seria levado a moderar a subida da taxa Selic.
Dados divulgados ontem pela Comissão Europeia (CE) mostram que o BC estava certo quando ponderou, na última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que as incertezas no cenário internacional permanecem elevadas. Depois de observar a piora das condições da Espanha e a dificuldade da França e de outros países em fazer um ajuste fiscal, a CE aumentou a expectativa de recessão da Zona do Euro em 2013. Antes, era esperada queda de 0,3% na economia do bloco, integrado por 17 países; agora, a projeção é de um recuo de 0,4%. Caso o resultado se confirme, será o segundo ano seguido de retração. Em 2012, o tombo havia sido de 0,6%.