<div style="text-align: justify"><span style="font-weight: bold">MADRI -</span> A Espanha quer deixar para trás a época do hipercrescimento das caixas de poupança com um projeto de lei que fixa rigorosos limites à atividade e direção destas entidades, cuja expansão descontrolada nos anos 2000 precipitou a crise do setor financeiro do país.<br /><br />Segundo o texto, examinado no conselho de ministros, as caixas espanholas deverão se concentrar exclusivamente nos bancos de varejo e no crédito às pequenas e médias empresas, limitando sua atividade a sua região e seu volume de ativos não poderá superar os 10 bilhões de euros.<br /><br />Se esses limites forem superados, "as caixas deverão transferir suas atividades financeiras a um banco com participação de uma fundação bancária", informou o Ministério de Economia em um comunicado.<br /><br />"O que tentamos é voltar ao modelo tradicional de caixas de poupança, um modelo do qual, de alguma forma, desviou-se nos últimos anos e está na base dos problemas que o modelo financeiro espanhol teve", disse o ministro da Economia, Luis de Guindos, em coletiva de imprensa.<br /><br />A reforma, que faz parte dos compromissos da Espanha com a União Europeia em troca de ajuda a seu setor bancário, modifica também as regras de gestão destas entidades com o objetivo de "evitar o controle político das caixas e atribuir o controle aos principais interessados, os depositantes".<br /><br />Desta forma, "as Administrações Públicas em nenhum caso poderão receber mais de 25% dos conselhos gerais", disse o Ministério da Economia.<br /><br />"Se atribui uma representatividade aos depositantes de entre 50% e 60% dos conselheiros gerais", cujo mandato será de entre quatro e seis anos.<br /><br />Além disso, se suprime o posto de diretor geral e os depositantes terão representantes nas assembleias gerais, assim como os beneficiários das obras sociais das caixas de poupança.<br /><br /><strong><a href="#h2href:%7B%22titulo%22:%22Pagina:%20capa%20-%20politica%20brasil%20economia%22,%22link%22:%22%22,%22pagina%22:%22245%22,%22id_site%22:%2233%22,%22modulo%22:%7B%22schema%22:%22%22,%22id_pk%22:%22%22,%22icon%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22,%22id_treeapp%22:%22%22,%22titulo%22:%22%22,%22id_site_origem%22:%22%22,%22id_tree_origem%22:%22%22%7D,%22rss%22:%7B%22schema%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22%7D,%22opcoes%22:%7B%22abrir%22:%22_self%22,%22largura%22:%22%22,%22altura%22:%22%22,%22center%22:%22%22,%22scroll%22:%22%22,%22origem%22:%22%22%7D%7D">Leia mais notícias em Política</a></strong><br /><br />Por último, o texto "aumenta a profissionalização dos órgãos de governo das caixas de poupança", reforçando "a incompatibilidade de fazer parte dos órgãos de governo e de cargos executivos em partidos políticos, organizações empresariais e sindicais".<br /><br />Com este objetivo, a norma "exige que todos os membros do conselho de administração tenham conhecimento e experiência adequados para o desempenho de suas funções, nos mesmos termos previstos para os membros dos conselhos nos bancos".<br /><br />Apesar desta exigência parecer lógica, em muitos casos, ela não foi respeitada nos últimos anos com polêmicas nomeações em postos de diretoria de pessoas próximas a políticos.<br /><br />As caixas de poupança espanholas, muitas delas centenárias e muito concentradas em suas regiões de origem, começaram a crescer a partir do final dos anos 90, aumentando sua cobertura geográfica e diversificando suas atividades, em particular no setor imobiliário.<br /><br />Esta grande exposição ao setor da construção, muito prejudicado desde o estouro da bolha imobiliária em 2008, assim como os problemas de direção em algumas delas, acabaram fragilizando estes atores financeiros.<br /><br />Após uma onda de fusões e aquisições nos últimos anos, a quarta economia da zona do euro conta agora com uma dúzia de entidades financeiras, frente a mais de 40 antes da crise.</div>