Jornal Correio Braziliense

Economia

Banco Central Europeu reduz taxa básica de juros de 0,25% para 0,5%

Este é o novo mínimo histórico em uma tentativa de estimular a economia da zona do euro e lutar contra o desemprego recorde. A última redução das taxas ocorreu em julho de 2012

Bratislava, Eslováquia - O Banco Central Europeu (BCE) reduziu nesta quinta-feira (2/5) em 0,25%, ficando em 0,5%, a taxa básica de juros, termômetro do preço do crédito na Eurozona, que agora registra um novo mínimo histórico em uma tentativa de estimular a economia da zona do euro e lutar contra o desemprego recorde.

A última redução das taxas ocorreu em julho do ano passado, a 0,75%. As taxas de juros dos depósitos a um dia, nos quais os bancos privados podem colocar seu dinheiro por 24 horas no BCE, permanecem em 0,5% e a taxa de empréstimo marginal diária, na qual os bancos podem pedir créditos pela mesma duração, caiu a 1%.

A redução das taxas de juros pelo BCE os aproxima do nível quase nulo que impera nos Estados Unidos desde 2008. A deterioração da economia da Eurozona e em particular o alto nível do desemprego contribuíram para que os analistas e os mercados já aguardassem a decisão do conselho de ministros do BCE, que excepcionalmente se reuniu nesta quinta-feira em Bratislava.

O BCE anunciou que vai continuar com suas operações de liquidez a taxas fixas e quantidades ilimitadas a uma semana "durante o tempo que for necessário" e,pelo menos, até 8 de julho de 2014. Suas operações de empréstimos a três meses também serão realizadas até o final do segundo trimestre de 2014 nas mesmas condições que as anteriores.

[SAIBAMAIS] As taxas de juros dos depósitos a um dia, nos quais os bancos privados podem captar dinheiro por 24 horas no BCE, permanecem em 0,5% e a taxa de empréstimo marginal diária, na qual os bancos podem pedir créditos pela mesma duração, caiu a 1%. Em geral, Draghi repetiu a disposição do BCE de intervir, dando a entender que não serão descartadas novas medidas caso a conjuntura continue se deteriorando.

A esperada recuperação anunciada para o segundo trimestre não veio. A atividade privada se contraiu de novo em abril, afetando inclusive a Alemanha, primeira economia da região. "O longo período de fragilidade econômica se estende atualmente aos países mais sólidos da união monetária, com o risco de que o motor de seu crescimento perca fôlego", disse Annalisa Piazza, de Newedge.

O desemprego alcançou um novo recorde em março, afetando 12,1% da população ativa total da zona do euro, apesar dessa média esconder dados dramáticos em alguns países: 27,16% na Espanha, 27,2% na Grécia. Esses dados reacenderam o debate sobre a idoneidade das políticas de austeridade adotadas desde o começo da crise da dívida, destinadas a sanear as finanças públicas.

Draghi pediu mais uma vez aos governos da zona do euro que não diminuam seus esforços para "intensificar a aplicação das reformas estruturais a nível nacional" e para a redução dos déficits públicos, se concentrando mais em cortar gastos que em aumentar impostos.