Jornal Correio Braziliense

Economia

Candidato mexicano à chefia da OMC quer recuperar fôlego da organização

Blanco, de 62 anos, é ex-secretário (ministro) mexicano do Comércio, e disputa o cargo de diretor-geral da OMC com o brasileiro Roberto Azevêdo



[SAIBAMAIS]"Nos últimos anos, as barreiras e os obstáculos ao comércio se mostraram muito mais sofisticados", declarou, explicando que a OMC deve abandonar sua atitude "defensiva e mudar", caso queira conservar um lugar de líder. Perguntado sobre suas bases para manter-se no posto, disse ter uma tripla experiência: como negociador, como ministro e como responsável no setor privado.

"Fui ministro em um período muito difícil para o México, em 1995", disse, considerando que isso será muito útil para "falar com chefes de estado ou de governo, assim como ministros". Blanco também lembrou que realizou "negociações muito difíceis com Estados Unidos, Europa, Japão e América Central".

E o fato de ser mexicano, país que saiu da crise graças ao comércio, é uma base também, afirma Blanco. "O México considerou o comércio como uma ferramenta muito eficaz para seu desenvolvimento". Hoje, Blanco diz contar com o apoio de mais de cem países da África, Ásia, Europa e América. "A campanha continua, temos grandes chances de vitória, mas sigo concentrado até o final", prometeu.

Em uma semana, o candidato mexicano viajou para Haiti, México, Genebra e Bruxelas. Nove candidatos fizeram campanha para substituir Lamy, sendo três latino-americanos: Blanco, Azevêdo e a costarriquenha Anabel González, ministra do Comércio Exterior. O próximo diretor geral virá da América Latina pela primeira vez na história da organização, criada em 1995. Os candidatos eliminados no primeiro turno representavam Quênia, Gana, Jordânia e a Costa Rica. No segundo turno, foram eliminados três candidatos, vindos de Indonésia, Coreia do Sul e Nova Zelândia.